Atualmente, esses agricultores estão diversificando suas culturas, plantando produtos como dendê, macaxeira e mandioca. Uma das iniciativas mais destacadas é a parceria entre esses pequenos produtores e a empresa Dendê do Brasil (Denpasa), que visa não apenas a geração de renda, mas também a preservação do ecossistema local.
Ednaldo Souza, um dos beneficiados pelo programa, compartilha sua experiência. Ele relata que antes de aderir ao projeto, estava preso a culturas consideradas tradicionais e economicamente instáveis. “A produção de mandioca e macaxeira não compensa o trabalho”, explica Ednaldo, citando a dificuldade em obter um retorno financeiro. Com a nova abordagem, ele agora colhe dendê em apenas três anos, um tempo consideravelmente menor em comparação aos seis a dez anos necessários para o reflorestamento tradicional, mencionado por ele como uma alternativa.
Enquanto alguns ambientalistas criticam a monocultura, Ednaldo defende sua prática, afirmando que o cultivo de dendê não causa destruição como muitos temem. “Não vai destruir como a gente vê na cidade”, observa, ressaltando a importância das técnicas de manejo sustentável.
Outro exemplo relevante é o de Izete dos Santos Costa, carinhosamente chamada de “Dona Nena”, que produz cacau na Ilha do Combu. Ela fala sobre a tradição familiar e a evolução de sua produção, que culminou na fabricação de chocolate refinado. No entanto, Dona Nena também enfrenta desafios, como a pressão da comunidade por culturas que geram retorno financeiro mais rápido, como o açaí, o que tem afetado a qualidade do cacau.
Roberto Yokoyama, diretor da Denpasa, reforça a relevância dessa parceria, afirmando que o objetivo da empresa é apoiar os agricultores, não tomá-los a terra. “Queremos financiar esses agricultores e criar um modelo de sucesso coletivo”, destaca. Ele revela que, ao contrário de programas governamentais, a empresa começou a sustentar esses agricultores quando não havia recursos disponíveis.
Com a previsão de expansão, Roberto espera que o projeto beneficie mais de 200 famílias, aumentando a renda média para cerca de R$ 4 mil por mês. As iniciativas em Santa Bárbara do Pará são um exemplo valioso de como a agricultura familiar pode se alinhar à conservação ambiental, garantindo sustento com responsabilidade.









