Os sindicatos destacam que o acordo, que foi finalizado em 6 de dezembro, poderá prejudicar diretamente os agricultores da UE, uma vez que estabelece a eliminação de tarifas em diversas categorias de produtos. Os mais de 700 milhões de consumidores dos dois blocos, que somam um Produto Interno Bruto (PIB) combinando de aproximadamente US$ 21,3 trilhões, estão no centro das atenções em meio a um debate que promete ser acalorado sobre a proteção da agricultura na Europa.
Em comunicado, os sindicatos convocaram à imprensa para que se una ao protesto, ressaltando a importância de abordar as questões relativas a quem suportará os custos desse novo acordo. O aviso reforça a ideia de que a adoção do tratado trará “consequências profundas” para a agricultura em toda a Europa.
O Mercosul, um bloco formado inicialmente por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, representa uma força econômica significativa na América do Sul. Com a inclusão da Bolívia e a suspensão da Venezuela, o bloco busca maior integração comercial com a UE, o que, segundo os movimentos sindicais, pode abrir portas para produtos importados a preços mais baixos, competindo assim de forma desigual com os produtos locais.
O processo de implementação do acordo de livre comércio deve passar por revisões técnicas e jurídicas, e as partes envolvidas esperam que a aprovação final ocorra em um período de um a um ano e meio, aumentando as expectativas de um futuro comercial mais integrado entre a Europa e a América do Sul.
A manifestação em Bruxelas acontece em um contexto de pressão crescente sobre as políticas agrícolas da UE, à medida que os agricultores locais se preocupam com a viabilidade de suas operações frente a um cenário de concorrência acirrada, despertando um debate crucial sobre o futuro da agricultura na região.