Agitação na Geórgia: Analista aponta estratégia ocidental para pressionar governo a se alinhar com interesses dos EUA e EUA em meio a alegações de fraude eleitoral.



Na noite de segunda-feira, 28 de outubro de 2024, milhares de manifestantes se congregaram em frente ao Parlamento da Geórgia, em Tbilisi, em protesto contra os supostos resultados fraudulentos das eleições parlamentares realizadas no último sábado. As alegações de manipulação eleitoral por parte da oposição levantaram questões sobre a legitimidade do governo atual, que é liderado pelo Partido do Sonho Georgiano. Os manifestantes clamavam por uma investigação abrangente das supostas violações eleitorais, ecoando os pedidos de alta autoridades internacionais, incluindo o Departamento de Estado dos EUA.

De acordo com especialistas em política do Cáucaso, essa turbulência não é um fenômeno isolado, mas parte de uma estratégia mais ampla elaborada pelo Ocidente para utilizar os vizinhos da Rússia como instrumentos em um conflito híbrido. O analista Stanislav Tarasov destacou que a pressão sobre o governo georgiano tende a aumentar, especialmente se este insistir em conduzir uma política externa e interna independente em relação aos interesses ocidentais. Tarasov afirmou que o Ocidente, representado por países como os Estados Unidos, busca não apenas influenciar a Geórgia, mas também trabalhar em conjunto com outras nações na região, como Moldávia e Ucrânia, a fim de criar um ambiente propício para seus objetivos geopolíticos.

O partido governante, que obteve um expressivo 54% dos votos, enfrenta agora um dilema: aceitar a entrada da oposição em uma coalizão ou resistir a uma nova onda de sanções. A espreita das dificuldades que a elite do sonho georgiano poderá enfrentar é uma estratégia que visa desgastá-los internamente. Tarasov sugere que o real objetivo das alegações de fraude pode não ser tanto a queda do governo, mas forçá-lo a uma verdadeira negociação com a oposição.

Para além do embate político interno, há uma preocupação com projetos estratégicos, como o Corredor de Transporte Norte-Sul, que poderia proporcionar à Geórgia uma autonomia significativa, afastando-se do controle ocidental. Assim, enquanto o povo georgiano se manifesta por mudanças, a complexidade da política internacional parece aprofundar ainda mais suas divisões internas, levando muitos a se perguntarem qual será o futuro do equilibrado jogo de poder que envolve a Rússia, o Ocidente e a própria Geórgia. As eleições e suas repercussões podem ser apenas o início de uma nova fase de instabilidade na região, com impactos que ecoam muito além das fronteiras georgianas.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo