Agência de Turismo em SC é Epicentro de Operação Contra Tráfico Internacional de Pessoas e Exploração Sexual, Revela Ministério Público Federal e Polícia Federal.

Em uma ação emblemática chamada Operação Cassandra, deflagrada no dia 3 de setembro, as autoridades brasileiras, lideradas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF), revelaram o envolvimento de uma agência de turismo em Santa Catarina em um esquema de tráfico internacional de pessoas. O foco da operação não apenas desmantelou uma organização criminosa voltada para a exploração sexual, mas também expôs uma rede complexa de lavagem de dinheiro.

Simultaneamente, a Garda National Protective Services Bureau da Irlanda, em operação denominada Operation Rhyolite, prendeu membros da mesma organização no território europeu. A agência de turismo em questão, embora registrada, não possuía funcionários e tinha como sede o mesmo endereço de um dos principais suspeitos da fraude, que foi detido na Irlanda.

Os investigadores identificaram movimentações financeiras abruptamente altas para uma empresa sem operações legítimas, levantando indícios de lavagem de capitais. Estima-se que o grupo atua desde 2017, utilizando a agência para organizar viagens e emitir passagens para suas vítimas, que eram enganadas com promessas de emprego e melhores condições de vida. Ao chegarem em diversos países como Irlanda, Nova Zelândia, Reino Unido e Arábia Saudita, as mulheres eram submetidas a condições de trabalho extenuantes.

Além do tráfico humano, a organização era responsável por crimes tributários e contra o sistema financeiro. Os ganhos, que chegavam a R$ 700 mil mensais, eram disfarçados por meio de empresas de fachada, incluindo restaurantes e estabelecimentos de entretenimento, com o intuito de dar aparência de legalidade ao dinheiro entrado no Brasil.

O MPF, por meio da Unidade Nacional de Enfrentamento do Tráfico Internacional de Pessoas e do Contrabando de Migrantes, tem trabalhado em conjunto com iniciativas como o Grupo Nacional de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Nacional). Durante a deflagração da operação, foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva em Santa Catarina e na Irlanda, além de 30 mandados de busca e apreensão.

Ainda segundo a justiça, 13 brasileiros receberam medidas cautelares, como a entrega de passaporte e a proibição de deixar o país ou até mesmo entrar em contato com as vítimas. A operação também resultou no bloqueio de bens e valores relacionados aos investigados e suas empresas de fachada, um movimento crucial para desmantelar os tentáculos financeiros dessa rede criminosa.

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