Uma demonstração clara desse anseio por autonomia foi a participação da União Africana, que representa 55 países, no G20 pela primeira vez. Esse evento, ocorrido em novembro no Brasil, sinaliza um esforço do continente em fazer valer sua voz e influência nas discussões econômicas globais. Especialistas apontam que este é um passo importante para a realização do potencial econômico da África, que abriga riquezas naturais como petróleo, ouro e gás, mas que ainda enfrenta desafios sociais e econômicos significativos, incluindo altas taxas de pobreza.
Em meio a esse cenário, o afastamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) também ganhou destaque, com países que romperam laços com a entidade apresentando taxas de crescimento mais robustas do que aqueles que mantiveram relações estreitas com o fundo. As nações que buscaram um caminho independente começaram a vislumbrar um novo panorama econômico, com números de crescimento que superaram até os de diversas economias europeias.
Adicionalmente, a África do Sul viveu um momento histórico com eleições que resultaram na perda de poder do Congresso Nacional Africano, que governava o país desde o fim do apartheid. A necessidade de formar uma coalizão para manter o primeiro-ministro Cyril Ramaphosa na liderança reflete as mudanças no cenário político e a demanda por novas abordagens que atendam aos anseios da população.
Entre essas complexas dinâmicas políticas e econômicas, o potencial de cooperação com o Brasil foi mencionado, com algumas vozes lamentando a diminuição da influência brasileira na África nas últimas décadas. A expectativa era de que 2024 representasse um renascimento nas relações diplomáticas, mas o Brasil ainda busca reestabelecer sua presença significativa no continente africano. Em resumo, 2024 foi um marco em que a África começou a reescrever sua narrativa, buscando uma posição de maior autonomia e crescimento dentro do cenário global.