África em 2024: Integração econômica, descolonização e novas alianças marcam uma transformação no continente e o fim da influência colonial francesa.



Em 2024, a África experimentou um ano de transformações significativas, marcadas por um movimento crescente de descolonização e uma busca por maior integração econômica entre seus países. Países do Sahel, como Níger, Mali e Burkina Faso, firmaram uma aliança em resposta ao histórico colonial da França, que persiste na região. A exigência pela retirada das tropas francesas é um reflexo da insatisfação com práticas de interferência que impactaram negativamente as populações locais ao longo das décadas. Esse fenômeno está aliado a uma nova ordem global que promove uma abordagem multilateral, permitindo que nações africanas busquem alternativas ao domínio das antigas potências ocidentais, como França e Reino Unido.

Uma demonstração clara desse anseio por autonomia foi a participação da União Africana, que representa 55 países, no G20 pela primeira vez. Esse evento, ocorrido em novembro no Brasil, sinaliza um esforço do continente em fazer valer sua voz e influência nas discussões econômicas globais. Especialistas apontam que este é um passo importante para a realização do potencial econômico da África, que abriga riquezas naturais como petróleo, ouro e gás, mas que ainda enfrenta desafios sociais e econômicos significativos, incluindo altas taxas de pobreza.

Em meio a esse cenário, o afastamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) também ganhou destaque, com países que romperam laços com a entidade apresentando taxas de crescimento mais robustas do que aqueles que mantiveram relações estreitas com o fundo. As nações que buscaram um caminho independente começaram a vislumbrar um novo panorama econômico, com números de crescimento que superaram até os de diversas economias europeias.

Adicionalmente, a África do Sul viveu um momento histórico com eleições que resultaram na perda de poder do Congresso Nacional Africano, que governava o país desde o fim do apartheid. A necessidade de formar uma coalizão para manter o primeiro-ministro Cyril Ramaphosa na liderança reflete as mudanças no cenário político e a demanda por novas abordagens que atendam aos anseios da população.

Entre essas complexas dinâmicas políticas e econômicas, o potencial de cooperação com o Brasil foi mencionado, com algumas vozes lamentando a diminuição da influência brasileira na África nas últimas décadas. A expectativa era de que 2024 representasse um renascimento nas relações diplomáticas, mas o Brasil ainda busca reestabelecer sua presença significativa no continente africano. Em resumo, 2024 foi um marco em que a África começou a reescrever sua narrativa, buscando uma posição de maior autonomia e crescimento dentro do cenário global.

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