Há cerca de 30 anos, a população brasileira vem sendo informada de como proceder na prevenção ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, dentro da própria casa. Mas, nem sempre, os cuidados – que devem ser tomados de forma sistemática e diária – para não dar chance à doença são realizados.
Recentemente, dois outros vírus, transmitidos pelo mesmo mosquito, também estão alarmando a sociedade e fazendo vítimas: a febre chikungunya e o zika vírus. A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Cristina Rocha, explica quais são os principais locais – bem próximos de cada um de nós – onde o mosquito pode se alojar e se reproduzir.
“A principal arma contra o mosquito é a informação. Quando todos entenderem que combater o Aedes aegypti é uma questão emergencial de cidadania, não tenho dúvida que o trabalho que a Sesau vem fazendo vai surtir o efeito desejado. Nossa luta é para que o mosquito não se torne adulto. Quando ele é apenas uma larva não tem o poder de contaminar e pode ser extinto mais facilmente”, observou a superintendente.
O mosquito está em nossa casa
A superintendente alerta que se houver mosquito dentro de casa é muito provável que haja um criadouro de larvas em algum lugar bem próximo. Todos os cômodos devem ser fiscalizados. Segundo ele, os bairros de Maceió mais problemáticos são a Ponta Verde e Jatiúca. “É preciso identificar se existem mosquitos nas cortinas, atrás dos móveis, comedouros dos passarinhos ou em recipientes para alimentar animais domésticos. No lixo, ter muito cuidado com as tampas de garrafa, que podem facilmente se transformar em criadouros do mosquito. A calha do ar condicionado deve ser limpa semanalmente, assim como o recipiente coletor de água da geladeira”, orienta a técnica.
Cristina Rocha alerta que outro mito é achar que o mosquito não chega ao andares mais altos dos apartamentos. “Ele pode muito bem subir pelo elevador. E mais, o próprio poço do elevador pode ter um criadouro de larvas sem que ninguém se dê conta. As bromélias também são um grande chamariz, principalmente as folhas, bem como a laje em cima de guaritas dos prédios”.
Como nascem e se reproduz
Com relação aos métodos de nascimento e reprodução do Aedes aegypti, Cristina Rocha explica que o processo se dá em etapas: “a fêmea deixa as larvas na parede dos reservatórios e recipientes. “Quem faz o mosquito nascer é a fêmea. Quando ela pica uma pessoa doente suga o sangue contaminado e guarda o vírus em sua saliva. Depois pica outra pessoa, contamina-a e também transmite para o ovo. Ela procura um local com água. Se houver qualquer fresta nesses recipientes, o mosquito fêmea entra e se aloja nas paredes do depósito, em seguida, o ovo atinge a água e eclode. Ali se transforma em larva e fica na água até se tornar adulto”. Por isso, que a recomendação é que as pessoas lavem com força as paredes dos recipientes”, enfatizou.
De acordo com Cristina Rocha, qualquer pessoa deve denunciar à Vigilância Sanitária a existência de imóvel fechado e abandonado próximo a sua residência e, principalmente, os terrenos baldios, conhecidos focos do mosquito. O grande recado da Secretaria da Saúde é: se a população não se prevenir dentro de casa, não vai adiantar o trabalho que é feito pelos órgãos de combate e prevenção.
Agência Alagoas