As declarações de Saab se referem principalmente ao posicionamento de Lula em relação às eleições na Venezuela, nas quais o atual presidente Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato. A vitória de Maduro foi contestada por cerca de 30 países, incluindo o Brasil e a Colômbia, que ainda não reconheceram os resultados devido à falta de transparência no processo eleitoral. Lula, juntamente com Boric e outros líderes da região, pediu a publicação das atas das votações para validar a contagem dos votos. Essa exigência, segundo Saab, indica que Lula estaria agindo em consonância com os interesses dos Estados Unidos, sugerindo uma subordinação ao poder externo.
A situação se complica ainda mais considerando o histórico de relações entre os Estados Unidos e Venezuela, onde o governo de Maduro tem sido alvo de sanções e pressões políticas. A retórica abrangente de Saab reforça a narrativa de que as potências estrangeiras exercem influência decisiva na política da América Latina, criando uma dinâmica de desconfiança entre os países da região. Além disso, as acusações contra Lula e Boric podem ser vistas como parte de uma estratégia política para deslegitimar os governos progressistas na região.
Enquanto isso, o Brasil e a Colômbia permanecem firmes em sua posição de não reconhecer os resultados eleitorais da Venezuela até que haja maior clareza e transparência. O clima de tensão entre Lula e o governo venezuelano reflete as complexidades da política regional, onde as relações de poder e as influências externas continuam a moldar as dinâmicas políticas e sociais. As declarações de Saab podem ser interpretadas como um sinal de que a Venezuela está disposta a confrontar suas críticas de maneira agressiva, desafiando a legitimidade dos líderes latino-americanos que se opõem ao regime de Maduro.