Em um passado não muito distante, o MP-RJ foi responsável por uma ação civil pública que questionou a validade de uma assembleia realizada naquela época, a qual resultou na alteração das regras eleitorais da CBF sem a participação dos clubes no processo. Posteriormente, a eleição de Rogério Caboclo foi anulada pela Justiça, mas essa sentença foi contestada pela entidade, dirigentes da época e pela Federação Mineira de Futebol, todos se tornando partes do processo.
Antes da eleição de Ednaldo Rodrigues em março de 2022, o MP-RJ questionou mudanças nas regras internas da CBF. Com a eleição de Ednaldo, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado entre a entidade e a Procuradoria para garantir estabilidade ao pleito.
Com o acordo protocolado na última semana, o MP sinaliza ao STF o encerramento desse processo. Em dezembro de 2023, Ednaldo Rodrigues foi afastado do cargo pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), que considerou que a CBF não poderia ter realizado o pleito com base em um acordo celebrado com o MP. A decisão do TJ anulou a eleição, o TAC e nomeou José Perdiz, então presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), como presidente interino.
A situação de Ednaldo Rodrigues na CBF estava em jogo, aguardando o julgamento do STF, que girava em torno da liminar que reconduziu o dirigente ao cargo. O ministro Flávio Dino, que pediu vistas dos autos em outubro, prenunciava uma decisão que poderia manter ou derrubar essa liminar.
Enquanto essas questões jurídicas se desenrolavam, nos bastidores políticos da CBF, uma alteração no estatuto da entidade foi aprovada, permitindo que presidentes se reelejam por até três mandatos consecutivos. Essa mudança foi aprovada por unanimidade pelas federações e tem o objetivo de alinhar a CBF com outras entidades reguladoras do futebol, como a Conmebol e a Fifa.
Uma novidade para a próxima eleição é a candidatura de Ronaldo Fenômeno. O ex-jogador já está articulando apoios, inclusive com a escolha do tetracampeão Mauro Silva como um de seus vices. Com todas essas reviravoltas e novas perspectivas, é evidente que a política e a governança na CBF estão passando por momentos de transformação e redefinição.