Abrigos de Animais em Alagoas Enfrentam Colapso e Pedem Socorro em Meio à Crise de Recursos e Apoios Governamentais.

Em Alagoas, abrigos de animais enfrentam uma crise alarmante, lutando para manter milhares de cães e gatos vivos diante da escassez de recursos. Sem apoio governamental e dependendo exclusivamente de doações, muitos responsáveis por esses abrigos relatam um cenário desesperador, marcado por dívidas crescentes e a necessidade urgente de ajuda.

Um dos abrigos que exemplificam essa situação crítica é o Projeto Acolher, localizado em Maceió, que abriga atualmente cerca de 400 animais, sendo 300 cães e 100 gatos. A presidente da instituição, Naíne Teles, expressa a dificuldade que enfrentam, afirmando que este é o momento mais desafiador desde a fundação do abrigo. Sem recursos financeiros suficientes, Naíne desabafa que a falta de ajuda governamental torna o trabalho ainda mais árduo. Sua saúde mental também foi afetada drasticamente, levando-a a passar quatro meses internada devido à depressão e ansiedade, resultantes da pressão de cuidar dos animais. “Eles também sentem frio, sede, dor, fome e medo. Precisamos de ajuda”, enfatiza.

Outro abrigo, gerenciado por Antônio Anastácio em Marechal Deodoro, abriga cerca de 2.500 animais e enfrenta seus próprios desafios. Com constantes atrasos no pagamento de funcionários e contas de energia, a situação é insustentável. Antônio relata que a falta de ração é uma preocupação do dia a dia, e a sobrevivência dos animais vai depender da qualidade de vida que consegue proporcionar a eles. “Se eu não conseguir, não tenho como mantê-los em um ambiente insalubre”, alerta.

A situação desses abrigos evidencia a necessidade urgente de um suporte estruturado. O professor Pierre Barnabé, da Universidade Federal de Alagoas, destaca que políticas públicas e educação são essenciais para fazer frente ao problema. Segundo ele, não basta o resgate de animais; é necessário conscientizar a população sobre a importância do bem-estar animal. Projetos como um piloto realizado pela Ufal e a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas, que respondeu a mais de 300 denúncias e executou cerca de 200 castrações, mostram que há caminhos possíveis. Barnabé enfatiza a importância de expandir essas iniciativas e melhorar as políticas públicas voltadas para a proteção animal.

Portanto, o clamor dos abrigos por ajuda não é apenas um pedido de socorro; é um apelo por mudanças estruturais que garantam um futuro melhor para os animais e para aqueles que se dedicam a cuidar deles.

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