Nos primeiros dez meses de 2024, a China registrou uma queda de 3,4% nas importações de petróleo em comparação ao ano anterior. Esse fenômeno, que muitos especialistas consideram prematuro, sinaliza um desafio para os grandes fornecedores do mundo. A OPEP já está sendo forçada a reconsiderar suas metas de produção para evitar um colapso nos preços, o que poderia ocorrer se a demanda continuar a se contrair.
Embora a transição para veículos elétricos seja uma das principais razões para essa diminuição da demanda, não é a única. A sobrecarga do mercado automotivo e a imposição de tarifas elevadas por países como os Estados Unidos também têm contribuído para a situação. Estima-se que a China represente cerca de 41% do crescimento anual do consumo de petróleo no mundo. Contudo, as iniciativas governamentais para promover a eletrificação dos transportes e medidas para apoiar a indústria local, como incentivos fiscais significativos para a compra de veículos elétricos, estão acelerando a mudança.
O impacto dessa eletrificação é notável. Em 2023, um em cada três carros vendidos na China era elétrico, enquanto a participação global do país nas vendas desse tipo de veículo alcançou 60%. Essa tendência, que inclui a isenção de impostos para veículos híbridos e elétricos, está redesenhando o cenário automotivo e, por conseguinte, a demanda por combustíveis fósseis.
Entretanto, a transição não é isenta de desafios. Há questões críticas envolvendo a vida útil das baterias, a dependência de metais raros e os problemas ambientais relacionados à extração desses recursos. Atualmente, apenas 5% das baterias de íons de lítio são completamente recicladas, apresentando um dilema ambiental que ainda precisa ser resolvido.
Por fim, embora exista uma crescente demanda interna por energia e petróleo devido ao crescimento econômico da China, fatores como a dependência de combustíveis na indústria petroquímica e no setor de aviação continuam a mostrar que o futuro dos combustíveis fósseis ainda não está inteiramente comprometido. De acordo com as análises, mesmo com o aumento da eletrificação, a expectativa é de que as importações de petróleo da China atinjam seu pico em 2025, refletindo a complexidade dessa transição energética e suas repercussões no mercado global.