A estratégia de Trump em podcasts fortalece sua imagem antielite e conquista jovens, enquanto a mídia tradicional perde influência nas eleições americanas.



Recentemente, o cenário político americano foi amplamente impactado por uma mudança nas estratégias de comunicação, especialmente em relação à campanha de Donald Trump. Em vez de seguir o caminho tradicional de se engajar com jornais, rádios e canais de televisão, a equipe de Trump optou por investir em mídias alternativas, como podcasts e plataformas de streaming, que demonstraram ser mais eficazes na captação de novos eleitores. Essa abordagem não apenas modernizou sua imagem, mas também ressoou com um segmento da população que se sente cada vez mais alienado da mídia convencional.

A análise pós-eleitoral revelou que, mesmo com um gasto consideravelmente maior em publicidade por parte da candidata democrata Kamala Harris — aproximadamente US$ 500 milhões a mais —, Trump conseguiu conquistar o eleitorado e emergir vitorioso. A derrota de Harris não ocorreu apenas em estados-chave, mas também refletiu uma queda generalizada no apoio entre grupos que historicamente favoreciam os democratas, como os latinos e a classe trabalhadora.

Essa mudança de paradigma é reforçada pelo crescente ceticismo dos eleitores em relação às narrativas oferecidas pelos meios tradicionais. Um estudo recente indicou que apenas 31% dos norte-americanos confiam nas mídias sociais, enquanto 69% estão desconfiados delas. Este panorama levou a uma tendência onde muitos cidadãos agora obtêm suas informações através de influenciadores e plataformas novas, como o TikTok e podcasts, em detrimento das fontes convencionais de notícias.

Trump, ao apostar em mais de 20 podcasts populares como “Joe Rogan Experience”, conseguiu alinhavar sua mensagem com as preferências desse novo público, caracterizado por ser mais jovem e diversificado. Sua escolha de evitar debates tradicionais e entrevistas com a mídia clássica revelou uma estratégia calculada para escapar da cobertura negativa e se conectar diretamente com os eleitores dispostos a ouvir sua perspectiva de forma mais informal e autêntica.

De acordo com analistas, essa abordagem marca uma “mudança de paradigma” nas eleições, onde os métodos tradicionais de comunicação perderam relevância. A estratégia de Trump não só desafia as normas estabelecidas, mas também se adapta ao ecossistema midiático em constante evolução, provando que a conectividade e a relevância são fundamentais na política moderna. O ex-presidente sempre demonstrou uma habilidade particular para navegar e se moldar à paisagem midiática, e esta eleição não foi diferente. Assim, sua tática de se distanciar dos canais de comunicação tradicionais em favor de plataformas mais dinâmicas e acessíveis se mostrou decisiva para sua vitória eleitoral.

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