Nos últimos anos, surgiram trabalhos promissores na região, com clubes estruturando a base como alicerce para o crescimento. Exemplos disso são Retrô (PE), Maracanã (CE) e Serra Branca (PB), que apostam na formação de jogadores como modelo estratégico. Em Alagoas, CRB e CSA ainda engatinham nesse sentido. O time regatiano tem feito investimentos e busca consolidar uma estrutura mais sólida para a base. O CSA tem apostado em escolinhas e parcerias, mas ainda carece de um projeto robusto a longo prazo.
O Zumbi é um exemplo positivo entre os clubes alagoanos, destacando-se dentro de sua realidade. No passado, o estado já teve iniciativas relevantes, como Dalmo Peixoto e Agrimaq, mas o grande caso de sucesso foi o Corinthians Alagoano, que desde o início focou na base e conseguiu negociar jogadores no Brasil, Europa e Ásia.
Clubes como Sport Recife e Bahia têm se destacado pela gestão eficaz das categorias de base, com um trabalho consistente de captação e estruturação para lapidar jovens promessas. Recentemente, o Sport Recife negociou o lateral-direito Pedro Lima, de 17 anos, com o Chelsea por 7,5 milhões de euros (R$ 43,8 milhões), evidenciando a importância das categorias de base para o fortalecimento esportivo e geração de receita.
Além do impacto esportivo, as categorias de base desempenham um papel fundamental na identidade dos clubes e na sustentabilidade financeira. Um planejamento eficiente permite que os clubes não apenas revelem talentos, mas também lucrem com transferências, reduzindo a dependência de contratações onerosas.
No entanto, há uma barreira cultural no futebol brasileiro, onde a pressão por resultados imediatos muitas vezes leva dirigentes a abandonar projetos de formação em busca de reforços externos. A mudança dessa mentalidade é essencial para o fomento das categorias de base e o crescimento sustentável dos clubes. A base não pode ser vista como gasto, mas sim como investimento para o futuro.
Assim, o desenvolvimento do futebol de base passa por uma tríade importante: família, atleta e clube. É essencial que os clubes valorizem suas categorias de base como pilar fundamental para o crescimento e a longevidade no cenário esportivo nacional e internacional.