ZONA DA MATA – Câmara de Novo Lino é acusada de corrupção, fraude e ameaças – com Jornal Rede Repórter



A Câmara Municipal de Novo Lino, município da Zona da Mata de Alagoas, tornou-se o centro de uma crise institucional que envolve suspeitas de corrupção, violação do regimento interno, uso indevido de recursos públicos e ameaças contra cidadãos. A Justiça de Alagoas analisa um pedido de afastamento de toda a mesa diretora da Casa Legislativa, após denúncia de ilegalidade na condução do processo eleitoral interno.

As informações foram reveladas com exclusividade pelo jornalista investigativo Wadson Correia, que esteve na cidade e divulgou em seu canal do YouTube a existência de indícios concretos de corrupção, gabinetes de fachada, ausência de prestação de contas, troca de acusações entre parlamentares e o desrespeito ao regimento da Câmara durante a recente eleição da mesa diretora.

A crise teve início com a renúncia da então presidente Núbia Maria de Lima, que já cumpria seu terceiro mandato consecutivo. A permanência no cargo foi questionada judicialmente por ferir o princípio constitucional da alternância de poder. No entanto, logo após a renúncia, ela convocou uma sessão extraordinária — desrespeitando, segundo a oposição, o prazo legal — e, em menos de 15 minutos, foi eleita como 1ª secretária na nova composição da mesa, agora presidida por Adevaldo Rodrigues da Silva (MDB).

Vereadores opositores alegam que a manobra teria como objetivo obstruir a fiscalização e encobrir supostos atos de improbidade administrativa. “Solicitamos acesso às contas para análise jurídica, mas há resistência sistemática”, afirma o vereador Jânio Soares (PSD). Ele ressalta que, apenas entre janeiro e abril de 2025, a Câmara recebeu quase R$ 1 milhão em repasses da Prefeitura, comandada por Marcela Silva Gomes de Barros (MDB), reeleita em 2024.

Entre os apontamentos mais graves estão pagamentos por reformas inexistentes, notas fiscais de materiais não entregues e a suposta nomeação de assessores com salários equiparados ao de vereadores, como no caso de Emilly Caroline Santos Sales, que aparece na folha de pagamento como parlamentar, embora sua função fosse operar transmissões ao vivo da ex-presidente. As condições físicas da sede legislativa também foram alvo de denúncias. Os chamados “gabinetes de fachada” são espaços precários, separados por divisórias de PVC e sem condições adequadas de funcionamento. Mesmo assim, geram custos mensais de cerca de R$ 5 mil cada, o que levanta suspeitas de uso indevido das verbas públicas.

Em entrevista à imprensa, o presidente Adevaldo Rodrigues justificou a ausência de dados no Portal da Transparência alegando “limitações de acesso à internet” no município. No entanto, ele próprio é investigado em um inquérito por receptação de veículo furtado, instaurado pela Polícia Civil em fevereiro de 2025. Até o momento, a Justiça de Alagoas ainda não definiu a data para julgamento do pedido de afastamento da mesa diretora.

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