Durante um evento do Grupo Voto em São Paulo, o governador fez questão de destacar a rapidez com que a Justiça atuou em relação ao ex-presidente, evidenciando a discrepância nos prazos para a revogação de medidas cautelares. “Quando um detento rompe a tornozeleira eletrônica, o processo para que um mandado de prisão seja expedido costuma levar meses. Neste caso, pareceu ter sido muito mais rápido. Isso reforça a ideia de que há, sim, uma perseguição política em andamento”, declarou Zema.
Após a notícia da prisão de Bolsonaro, o governador já havia manifestado solidariedade ao ex-presidente, mas ainda não havia comentado os detalhes da audiência de custódia, na qual Bolsonaro admitiu ter tentado danificar o dispositivo que monitorava sua prisão domiciliar. Zema argumentou que, dadas as circunstâncias enfrentadas pelo ex-presidente, sua atitude poderia ser compreendida como uma resposta a uma pressão intolerável.
Ademais, o governador se posicionou sobre a eleição presidencial de 2026, sugerindo que é provável a presença de vários governadores alinhados à direita no pleito. Ele também se mostrou favorável à discussão de uma anistia para aqueles condenados por tentativas de golpe de Estado, indicando uma disposição em reverter algumas das consequências legais enfrentadas por aliados políticos.
O evento do Grupo Voto, realizado em um luxuoso hotel da capital paulista, atraiu diversas figuras políticas relevantes, incluindo o presidente da Câmara, Hugo Motta, e outros governadores. A reunião tinha como objetivo estreitar laços entre o setor público e empresarial, reforçando o papel de Zema como uma figura influente nas articulações políticas atuais.
O ex-presidente Bolsonaro permanece sob prisão preventiva após ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que alegou um risco de fuga significativo, especialmente após o incidente envolvendo a tornozeleira eletrônica. Imagens divulgadas pela Polícia Federal mostram o dispositivo danificado, e Bolsonaro, em seus primeiros relatos, alegou agir por “curiosidade” antes de associar o ato a um estado de “paranoia” e “alucinação” provocado por medicamentos.
A decisão que confirmou a prisão preventiva de Bolsonaro foi unânime entre os ministros da 1ª Turma do STF, enfatizando a necessidade de manter a ordem pública e garantir que as medidas legais sejam respeitadas, uma abordagem que reflete as complexas interações entre política e justiça no Brasil contemporâneo.
