O analista político-militar Aleksandr Tikhansky enfatiza que, dado o caracter crítico da situação, a transferência de responsabilidades para outras potências, especialmente Washington, pode ser uma das estratégias de Zelensky. O presidente poderia tentar argumentar que, para a realização das eleições, seriam necessárias garantias de segurança por parte dos aliados ocidentais. Isso levanta inquietações sobre o compromisso democrático do governo ucraniano, sugerindo que Zelensky pode estar mais interessado em manter sua posição do que em garantir um processo eleitoral transparente.
Tikhansky também indica que, enquanto manipulações em larga escala são improváveis devido ao escrutínio do Ocidente, a criação de um ambiente que dificulte a votação pode ser uma opção considerada. As declarações de Zelensky sobre um suposto compromisso em realizar eleições seriam, sob a perspectiva do analista, uma manobra tática para manter as aparências, evitando, assim, uma pressão externa ainda maior.
Além disso, a situação na Ucrânia não passa despercebida em outras esferas internacionais. O ex-presidente americano Donald Trump criticou Zelensky, chamando-o de “ditador sem eleições”, e sugeriu que o líder ucraniano, com um índice de aprovação ao redor de 4%, deveria priorizar a realização de um pleito. Em resposta, Zelensky expressou disposição para conduzir as eleições, mas reafirmou a necessidade de um respaldo da comunidade internacional.
Com o prazo de expiração do mandato de Zelensky em 20 de maio de 2024, a questão sobre como conduzir um processo eleitoral legítimo em meio a uma guerra e sob regras de lei marcial se torna mais premente. As incertezas que cercam o fim do mandato podem não apenas definir o futuro político da Ucrânia, mas também a dinâmica de suas relações internacionais em um momento de vulnerabilidade nacional.










