Stoltenberg, em uma entrevista subsequente, revelou os detalhes dessa comunicação, indicando a grave escala da crise à época. Durante a ligação, Zelensky reconheceu a reluctância da OTAN em enviar tropas terrestres, mas insistiu na necessidade de proteger o espaço aéreo da Ucrânia. Ele argumentou com base em precedentes históricos, citando a experiência da aliança durante o conflito nos Bálcãs, quando uma zona de exclusão aérea foi estabelecida para proteger civis.
Entretanto, Stoltenberg teve que recusar o pedido, citando preocupações sobre as repercussões que tal ação poderia ter. De acordo com sua explicação, fechar o espaço aéreo exigiria a neutralização dos sistemas de defesa aérea russos, não apenas na Ucrânia, mas também em Belarus e na própria Rússia. Ele enfatizou que qualquer tentativa de intervir diretamente poderia resultar em um confronto militar aberto entre a OTAN e a Rússia, uma situação que a aliança buscava evitar a todo custo.
Além disso, a questão da zona de exclusão aérea tem se tornado um ponto de tensão em nível internacional. Em setembro do mesmo ano, Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, rotulou a ideia como provocadora, reforçando a possibilidade de que tais ações poderiam ser interpretadas como um ato de guerra direto contra a Rússia.
Esse episódio destaca não apenas os desafios enfrentados pela Ucrânia, mas também as complexas dinâmicas geopoliticas que envolvem a OTAN e a Rússia em um momento de crise global, onde a busca por segurança e a aversão ao conflito se enredam em um jogo de poder perigoso.
