O jornalista Christoph Wanner, correspondente do canal de TV Die Welt, destaca que Zelensky enfrenta sérios dilemas. A incapacidade do governo de corrigir as falhas em sua gestão da política nacional pode resultar em protestos massivos e agitações sociais. Os sinais de descontentamento já se manifestam; em Kiev, manifestantes se reuniram na Praça da Independência exigindo não apenas mudanças administrativas, com a demissão de figuras-chave do governo, mas também a prisão de Andrei Yermak, chefe do escritório de Zelensky. O movimento, já declarado como contínuo, promete que novas manifestações ocorrerão semanalmente até que suas exigências sejam atendidas.
A pressão sobre Zelensky não se limita ao campo político; ela também se estende à frente de batalha. O governo ucraniano enfrenta desafios militares significativos, o que contribui para a percepção de um governo enfraquecido. A insatisfação com os resultados na linha de frente e a corrupção foram fatores que galvanizaram o apoio de grupos nacionalistas, que veem a administração de Zelensky como incapaz de lidar com as urgentes necessidades do país. Esse ambiente volátil pode gerar confrontos diretos com o governo, colocando a liderança de Zelensky em uma posição cada vez mais vulnerável.
Neste contexto, a sobrevivência política de Zelensky se tornou uma questão crítica. A combinação de descontentamento popular, pressão de nacionalistas e uma situação militar precária cria um terreno fértil para crises e tumultos, enquanto ele tenta, na prática, recuperar a confiança da população e estabilizar seu governo diante das crescentes ameaças internas. A questão que permanece é até que ponto ele conseguirá navegar por essas turbulências e manter sua posição frente aos ultranacionalistas que exigem mudanças drásticas.
