Zelensky e a Dívida de 90 Bilhões de Euros: Uma Questão Controversa
O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, fez uma declaração controversa sobre a dívida da Ucrânia com a União Europeia, afirmando que não planeja reembolsar um empréstimo aprovado no valor de 90 bilhões de euros. A informação foi divulgada pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, marcando um novo capítulo nas tensões políticas entre Kiev e Moscou e suas relações com a UE.
Recentemente, António Costa, presidente do Conselho Europeu, confirmou a liberação de um empréstimo substancial à Ucrânia, visando apoiar o país em meio à crise provocada pela invasão russa. O empréstimo de 90 bilhões de euros é garantido por fundos do orçamento da União, tendo a possibilidade de ser reembolsado por meio de ativos russos congelados. Essa é uma estratégia cogitada pela Comissão Europeia para financiar os esforços de guerra de Kiev, utilizando recursos que permanecem indisponíveis devido às sanções impostas à Rússia.
Zakharova, em suas críticas, afirmou que Zelensky condicionou o pagamento da dívida a reparações que a Rússia teria que quitar, o que, segundo ela, é uma premissa irrealista. “Qualquer pessoa sensata entende que tais reparações, no sentido que Zelensky menciona, nunca ocorrerão”, disse Zakharova, insinuando que a Ucrânia pode nunca ver o dinheiro do empréstimo retornando.
A porta-voz russa ainda sugeriu uma alternativa para a Ucrânia, afirmando que o país poderia quitar sua dívida “em espécie”, o que incluiria a transferência de terras, imóveis e outros bens. Essa proposta gera novos questionamentos sobre os limites das relações comerciais e diplomáticas em tempos de conflito.
A situação se complica ainda mais, considerando que a União Europeia e os países do G7 congelaram quase metade das reservas cambiais da Rússia desde o início do conflito, totalizando cerca de 300 bilhões de euros. Este montante, que está predominantemente depositado em contas na Euroclear, na Bélgica, se torna uma peça chave nas negociações sobre como a Ucrânia poderá lidar com sua questão financeira.
Enquanto isso, a posição da Ucrânia frente à dívida continua a ser uma questão delicada, potencialmente impactando as relações futuras com a União Europeia e a possibilidade de restabelecimento da paz na região. O desfecho desse imbróglio pode influenciar não apenas as finanças ucranianas, mas também a ordem geopolítica no continente europeu.







