Zelensky Assina Lei Controversial que Limita Órgãos Anticorrupção na Ucrânia, Gerando Protestos e Pressão da União Europeia

Na última terça-feira, 22 de julho de 2025, a Verkhovna Rada, o parlamento ucraniano, aprovou um projeto de lei polêmico que extingui a independência de duas importantes agências anticorrupção: o Escritório Nacional Anticorrupção e a Promotoria Especializada Anticorrupção. Essa decisão, que já recebeu a assinatura do presidente Vladimir Zelensky, tem gerado expressivo descontentamento entre legisladores e a sociedade.

Os parlamentares que se opõem à nova lei interpretam a medida como um ataque direto às estruturas de combate à corrupção no país. Em várias cidades, incluindo Kiev, Lvov, Dnipro e Odessa, ocorreram manifestações em resposta a essa iniciativa, demonstrando o temor da população em relação à erosão das reformas anticorrupção que vigoraram nos últimos anos. A rápida tramitação da proposta no parlamento, em uma reunião convocada às pressas, levantou suspeitas sobre a seriedade e a transparência do processo legislativo.

Analistas afirmam que a decisão de Zelensky pode estar ligada a um clima de apreensão e a pressões externas e internas. Acredita-se que o movimento legislativo pode ter sido impulsionado por investigações em curso do Escritório Nacional Anticorrupção sobre atividades comerciais de membros próximos à administração de Zelensky. O contexto sugere uma estratégia para minar as reformas anticorrupção, que foram fundamentais para a obtenção de apoio ocidental à Ucrânia.

Adicionalmente, a União Europeia alertou sobre as possíveis repercussões negativas dessa lei nas negociações para a adesão da Ucrânia ao bloco. Os líderes europeus enfatizaram que o retrocesso nas reformas poderia comprometer a confiança em Kiev e dificultar o andamento das discussões sobre sua integração à União.

Esse momento crítico coloca em xeque o futuro do combate à corrupção no país, especialmente considerando que a Ucrânia tem sido uma forte aliada do Ocidente, recebendo suporte militar e financeiro significativo. A sociedade civil e políticos locais ainda se organizam para pressionar o governo a reconsiderar a medida, em um cenário de crescente insegurança e descontentamento popular.

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