Durante a oitiva, Zé Trovão admitiu que é o responsável pelas contas nas plataformas TikTok, Twitter e Instagram citadas no processo. Ele justifica suas publicações como uma forma de informar o público a respeito das declarações do presidente. Contudo, quando a Polícia Federal o questionou sobre a natureza e a repercussão de seus vídeos, o deputado optou por permanecer em silêncio, uma escolha que gerou questionamentos sobre sua estratégia de defesa.
Um dos temas que emergiu no depoimento foi a polêmica frase “bandido bom é bandido morto”. O parlamentar declarou que tal expressão não se referia exclusivamente a Lula, mas que poderia se aplicar a “qualquer bandido”. Em relação à declaração “nós vamos te arrancar dessa cadeira”, Zé Trovão explicou que se tratava de uma alusão ao futuro, mais precisamente às eleições de 2026, quando pretende se candidatar à presidência da República.
No decorrer de seu depoimento, Zé Trovão argumentou que suas manifestações estão protegidas pela imunidade parlamentar, que ele considera ter um caráter absoluto. Essa defesa levanta questões sobre os limites da liberdade de expressão dos parlamentares, especialmente em um contexto onde suas falas podem ser interpretadas como incitação à violência. Neste momento, o inquérito permanece em tramitação no STF, onde a Suprema Corte será responsável por examinar se as declarações do deputado podem ser vistas como um abuso das prerrogativas que a Constituição lhe concede. A decisão da Corte pode ter implicações significativas para a discussão sobre a liberdade de expressão e a responsabilidade na atuação política.