Esse apagão não é um evento isolado, já que a Zâmbia tem lidado com cortes frequentes de energia devido a uma grave seca que afeta o Lago Kariba. Este lago artificial, considerado o maior do mundo em volume, é uma fonte crucial de água para as turbinas hidrelétricas que geram eletricidade essencial para o país. Localizado a cerca de 200 quilômetros ao sul da capital, Lusaca, na fronteira com o Zimbábue, o Lago Kariba tem enfrentado uma drástica redução no nível das águas, resultado das condições climáticas adversas, exacerbadas pelo fenômeno natural conhecido como El Niño e pelo aquecimento global, que já coloca a estação hidrelétrica em risco de paralisação total pela primeira vez em sua história.
O governo zambiano, ciente da gravidade da situação, considera alternativas para diversificar e expandir sua capacidade de geração de energia. Em recente declaração, o ministro de Infraestrutura, Habitação e Desenvolvimento Urbano, Charles Milupi, mencionou a possibilidade de colaboração com a Rússia em projetos de energia nuclear como uma solução em potencial para aumentar a oferta de eletricidade no país. Durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o ministro expressou o desejo de impulsionar a capacidade de geração de energia elétrica da Zâmbia, uma necessidade urgente diante da atual crise energética.
Enquanto a população aguarda o retorno da eletricidade, o governo intensifica esforços para evitar que situações semelhantes se repitam no futuro. A situação atual explora a vulnerabilidade energética da Zâmbia e destaca a necessidade de ações estratégicas e planejadas para assegurar um fornecimento de energia contínuo e sustentável a longo prazo.