Xameguinho, ícone do forró alagoano, morre aos 62 anos e deixa um legado musical inestimável durante a temporada de festas juninas.

Na madrugada desta segunda-feira, 30 de outubro, o mundo da música nordestina foi abalado pela notícia da morte de Sebastião José Ferreira, popularmente conhecido como Xameguinho. O renomado cantor, compositor e sanfoneiro, ícone do forró alagoano, faleceu aos 62 anos após um ataque cardíaco fulminante em sua residência localizada na parte alta de Maceió, no bairro Tabuleiro do Martins.

De acordo com informações de familiares, Xameguinho começou a sentir falta de ar por volta das 5 horas da manhã. Sua esposa, preocupada com o estado de saúde do artista, tentou providenciar socorro. Entretanto, antes que pudesse chegar a uma Unidade de Pronto Atendimento, ele lamentavelmente não resistiu e faleceu dentro de casa.

A morte de Xameguinho acontece em um período movimentado para a música nordestina, especialmente durante as festividades juninas, época em que o forró ganha grande destaque. Após mais de cinco décadas dedicadas à música, Xameguinho se firmou como uma das principais referências do gênero, tanto em Alagoas quanto em todo o Nordeste brasileiro. A Associação dos Forrozeiros já anunciou que em breve disponibilizará informações sobre o horário e local de velório e sepultamento, em um momento de intensa tristeza para a comunidade forrozeira.

Natural do município de Atalaia, em Alagoas, o artista nasceu em 7 de setembro de 1962. Sua infância foi marcada pela simplicidade no campo, onde desenvolveu um profundo amor pela música. Um presente de seu pai — uma sanfona de oito baixos — foi o ponto de partida para a sua trajetória musical. Desde muito jovem, Xameguinho se destacou tocando clássicos de grandes nomes da música nordestina e logo passou a se apresentar em festas e eventos na região.

Em 1978, ele adotou o nome artístico que o tornaria um ícone da música: “Xameguinho”. A partir de sua mudança para Maceió, sua carreira alçou novos voos, levando-o a se apresentar em renomados eventos e a gravar diversos discos, incluindo LPs, CDs e DVDs. Seu talento e inovação também o levaram a realizar turnês internacionais, passando por países como Suíça, França e Itália.

Nos últimos anos, seu legado se renovou, especialmente com o sucesso nas redes sociais, onde canções como “Outra Vez” e “Tanta Solidão” conquistaram novos ouvintes, permitindo que as gerações mais jovens redescobrissem sua música. Assim, Xameguinho se tornou um símbolo da resistência e da renovação do forró, deixando um vasto legado musical que continuará a influenciar futuros artistas. O impacto de sua obra é reconhecido não apenas no forró, mas também no universo da música gospel, com colaborações notáveis ao longo de sua carreira.

Xameguinho se foi, mas seu espírito e sua música permanecerão eternamente nas memórias de seus fãs e na vasta história da música nordestina.

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