O Partido dos Trabalhadores (PT) de Alagoas atravessa um momento imporante em sua história. Nesta sexta-feira, 28 de fevereiro, chegou ao fim o prazo para novas filiações de membros que desejam participar das eleições internas, previstas para o dia 6 de julho deste ano. A renovação dos diretórios estadual e municipais tem acirrado a disputa entre duas lideranças de destaque no cenário estadual: os grupos do deputado federal Paulão e do deputado estadual Ronaldo Medeiros.
Marcelo Nascimento, presidente do diretório do PT em Maceió e coordenador da tendência Movimento PT, destaca que a campanha nacional de filiação tem como objetivo aumentar o número de membros do partido. “Atualmente, o PT de Alagoas conta com mais de 30 mil filiados, sendo cerca de 10 mil em Maceió. Em todo o Brasil, são mais de 3 milhões de filiados, e o objetivo é fortalecer o partido nacionalmente”, afirmou Nascimento.
Quanto às eleições para os diretórios, o presidente informou que o processo será realizado com urnas eletrônicas em todos os municípios e que as inscrições de chapas devem ser feitas até o final de abril. “Qualquer filiado que esteja em dia com suas obrigações partidárias pode se candidatar a qualquer cargo, seja municipal, estadual ou nacional. Esperamos que este seja um processo democrático, onde todas as correntes do PT possam participar livremente, sem censura ou cerceamento de direitos”, disse. Nascimento ainda anunciou que debates entre candidatos e chapas serão realizados em Maceió nos meses de maio e junho. “Esperamos que a renovação das direções contribua para o fortalecimento do PT, que este ano celebra seus 45 anos”, completou.
Historicamente, o comando do PT alagoano esteve sob a influência da corrente “Construindo um Novo Brasil” (CNB), liderada por Paulão. Contudo, pela primeira vez, essa hegemonia encontra resistência concreta. Ronaldo Medeiros, líder da tendência “Resistência Socialista”, articula uma candidatura à presidência do diretório estadual, com o apoio de correntes internas, como o “Movimento PT” e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A CNB, por sua vez, deve apoiar a sindicalista Dafne Orion, atual presidenta do Sindicato dos Urbanitários de Alagoas, para a presidência estadual do partido.
A disputa pelo controle do partido se intensificou com o fim do prazo para novas filiações. O grupo de Medeiros tem incentivado a adesão de novos membros para fortalecer sua base eleitoral interna, o que gerou tensões e levou a atual direção a considerar a impugnação de algumas dessas filiações, alegando irregularidades no processo. Esse debate tem agitado os bastidores do PT alagoano.
Com o encerramento do prazo para novas filiações, o cenário interno do PT em Alagoas continua tenso e indefinido. As próximas semanas serão decisivas para a definição das candidaturas e alianças que disputarão o comando do partido, refletindo, além de uma luta por poder, diferentes visões sobre o futuro do PT no estado.
