A jornada de William até chegar a essa conquista foi marcada por desafios e superações. Aos 10 anos, ele se mudou com sua mãe e seus três irmãos para o Distrito Federal, após o divórcio de seus pais. Estabeleceram-se no Sol Nascente, considerada em um momento a maior favela da América Latina. Apesar das dificuldades financeiras, William sempre foi dedicado aos estudos.
No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ele ficou em 3º lugar entre todos os alunos de escolas públicas do DF, conquistando uma vaga no curso de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília em 2007, por meio do Programa Universidade para Todos (Prouni). Mesmo enfrentando obstáculos financeiros na universidade, William não desistiu. Ele lembra de momentos em que teve que contar com a solidariedade de colegas para conseguir se manter no curso.
A trajetória de William incluiu também uma passagem pela carreira de atividades penitenciárias, atual Polícia Penal, onde permaneceu por 14 anos. Durante esse período, ele conseguiu participar de programas de intercâmbio, inclusive estagiando na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça, em 2018.
Após cinco reprovações em concursos para diplomacia, sendo quatro delas em fases finais, William finalmente conquistou sua aprovação no Itamaraty. Em sua posse, William destacou a importância de sua vitória e mencionou as dificuldades enfrentadas ao longo do caminho. Ele ressaltou que o concurso para diplomacia historicamente era elitista, mas que vem passando por mudanças para permitir maior representatividade.
A história de William é um exemplo de perseverança, superação e busca por mobilidade social. Ele acredita que sua conquista pode inspirar outros jovens em situações semelhantes a não desistirem de seus sonhos. Para William, a origem de uma pessoa não define o que ela é capaz de conquistar. Sua jornada é marcada por dedicação, estudo e a vontade de transformar sua realidade e a de sua comunidade.
