As mensagens interceptadas foram trocadas entre Fabiana Lopes Manzini, esposa de um chefão do PCC, e Leandro César de Souza, um fornecedor de drogas com quem ela negociava a compra de cocaína. Fabiana foi presa por tráfico de drogas em setembro do ano passado.
Durante as conversas, a qualidade da cocaína era determinada por meio de gírias como “escama de peixe”, que indicava um alto grau de pureza, e “azeite”, que sinalizava uma qualidade inferior da droga. O quilo da cocaína com maior pureza poderia chegar a custar até R$ 24 mil, enquanto a droga de qualidade inferior seria vendida no atacado marginal por valores entre R$ 10 mil e R$ 15 mil.
Além disso, as investigações revelaram planos do PCC de se infiltrar na política de diversas cidades do litoral, interior e Grande São Paulo. O chefão da facção, Anderson Manzini, conhecido como Gordo, preso desde 2002, usava sua esposa para intermediar a gestão de bocas de fumo e manter a diplomacia junto aos membros da alta cúpula da organização criminosa.
O esquema administrado por Gordo envolvia não apenas o tráfico de drogas, mas também lavagem de dinheiro e a criação de um “banco do crime”, que movimentou cerca de R$ 8 bilhões. O dono da instituição financeira digital ligada ao PCC, João Gabriel Yamawaki, primo de Gordo, foi preso em uma operação da Polícia Civil de Mogi das Cruzes.
As investigações continuam em andamento, com novos alvos sendo identificados a partir da quebra do sigilo dos celulares de Fabiana e Leandro. A polícia segue trabalhando para desmantelar as operações do PCC e combater o crime organizado em São Paulo.