Wegovy: Anvisa Aprova Uso do Medicamento para Reverter Inflamação Hepática Associada à Gordura no Fígado

O Wegovy, um medicamento indicado para o tratamento da obesidade, tem se destacado não apenas por ajudar na perda de peso, mas também por oferecer benefícios adicionais à saúde, especialmente no que diz respeito a condições hepáticas. Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma nova indicação para a utilização da semaglutida, a substância ativa do Wegovy, no tratamento da inflamação hepática provocada pelo acúmulo de gordura no fígado, uma condição conhecida como esteatose hepática ou termos médicos mais específicos como MASH (esteato-hepatite não alcoólica).

A ampliação da indicação foi anunciada no dia 15 de dezembro e permitirá que o medicamento seja utilizado em adultos que apresentem fibrose hepática moderada a avançada, mas que não tenham desenvolvido cirrose. Essa mudança é significativa, considerando que a gordura no fígado se tornou um problema de saúde que afeta cerca de 30% da população mundial, frequentemente associada ao sobrepeso e à obesidade, que emergem como epidemias contemporâneas.

Estudos apontam que o tratamento da esteatose hepática não se limita apenas à intervenção dietética ou prática de exercícios, pois muitas pessoas descobrem a presença de gordura no fígado através de diagnósticos rotineiros, evidenciando a necessidade de opções terapêuticas eficazes. A MASH, além de aumentar o risco de complicações cardiovasculares, tem potencial para evoluir para condições graves, incluindo cirrose e câncer de fígado, o que justifica a busca por novos tratamentos.

Resultados clínicos de um estudo recentemente publicado demonstraram que o Wegovy é capaz de promover uma reversão significativa do processo inflamatório no fígado. Especificamente, entre os pacientes tratados, mais de 60% alcançaram uma reversão completa da MASH, enquanto a melhora na fibrose hepática foi observada em 37% dos casos. Estes dados são encorajadores na perspectiva de atender a uma demanda crescente por novos métodos de tratamento.

Medidas de saúde pública que visam combater não apenas a obesidade, mas também suas comorbidades, são essenciais em um cenário em que a prevalência de doenças hepáticas avançadas está projetada para dobrar até 2030. Especialistas destacam que o avanço de doenças relacionadas ao fígado é um reflexo das taxas crescentes de obesidade, e essa nova aprovação reflete um comprometimento do setor de saúde em oferecer alternativas que vão além do controle do peso, promovendo saúde integral e qualidade de vida à população.

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