Segundo a Polícia Federal, Wassef estaria envolvido em um suposto esquema de venda de joias e presentes de alto valor recebidos durante agendas oficiais. A corporação apurou que o advogado teria recomprado um relógio Rolex, semelhante ao presente recebido por Jair Bolsonaro durante uma visita aos Emirados Árabes, e entregado-o ao Tribunal de Contas da União (TCU). Essa peça teria sido posteriormente vendida por Mauro Cid, segundo a investigação.
A decisão que autorizou as buscas e apreensões realizadas na sexta-feira menciona que Wassef recuperou o relógio no dia 14 de março deste ano. O objeto estava em poder da empresa Precision Watches e o advogado o trouxe de volta ao Brasil no dia 29 do mesmo mês. Segundo o documento, Wassef teria se encontrado com Mauro Cid no dia 2 de abril em São Paulo, ocasião em que o relógio teria sido entregue a ele. Cid, por sua vez, teria levado a peça de volta a Brasília e entregado ao assessor de Bolsonaro, Osmar Crivelatti.
Na nota, Wassef afirma que soube do suposto esquema de venda de joias apenas pela imprensa e nega qualquer envolvimento. Ele declara: “Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta nem indireta. Jamais participei ou ajudei de qualquer forma qualquer pessoa a realizar nenhuma negociação ou venda.”
No entanto, o advogado não mencionou diretamente as acusações de que teria recomprado o relógio que foi vendido por Cid. Ele se limitou a dizer que foi acusado falsamente de ter um papel central no suposto esquema, mas não fez referência ao seu possível papel secundário de readquirir a peça.
A operação Lucas 12:2, que resultou na realização de buscas em quatro endereços, incluindo a residência de Wassef em São Paulo, teve sua nomenclatura baseada em um versículo bíblico.
O advogado ressaltou que durante a busca em sua casa, nada irregular ou ilegal foi encontrado, não havendo apreensão de objetos, joias ou dinheiro. Ele se sentiu exposto na mídia com mentiras e calúnias.
A nota de Wassef encerra afirmando: “Isso é calúnia que venho sofrendo e pura mentira. Total armação”.