Wassef admite recompra de relógio, porém nega envolvimento em suposta operação de resgate do Rolex.



O advogado Frederick Wassef admitiu hoje, em uma coletiva de imprensa em São Paulo, ter recomprado o famoso relógio Rolex que foi vendido ilegalmente nos Estados Unidos pelo ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid. Essa confissão vem após semanas de especulações e investigações sobre o envolvimento de Wassef nesse esquema de desvio de presentes oficiais recebidos por Jair Bolsonaro.

Durante a coletiva, Wassef negou ter participado de uma “operação resgate” a pedido de Cid ou Bolsonaro, mas se recusou a revelar quem teria feito o pedido para reaver o relógio. Ele afirmou apenas ter conhecimento da existência das joias após a divulgação de matérias jornalísticas sobre o caso. Sobre a recompra, o advogado alegou que estava viajando a lazer nos Estados Unidos quando tomou conhecimento do relógio e decidiu comprá-lo, trazendo-o de volta ao Brasil.

Quando questionado sobre quem teria feito o pedido para recomprar o relógio, Wassef afirmou que irá revelar no momento oportuno. No entanto, ele deixou claro que nem Bolsonaro, nem Coronel Cid foram os responsáveis pelo pedido. Ele disse ter feito o que achou ser “melhor” para seu cliente, referindo-se a Bolsonaro.

O advogado também negou ter realizado uma “recompra”, já que ele alegou não ter visto o relógio antes. Segundo Wassef, ele comprou o Rolex com seu próprio dinheiro em espécie, o que lhe garantiu um desconto de US$ 11 mil. Ele mostrou aos jornalistas um recibo de compra no valor de US$ 49 mil, bem como um recibo de saque no valor de US$ 35 mil, afirmando que a compra foi declarada à Receita Federal.

Wassef ironicamente afirmou que a União lhe deve dinheiro e que fez um favor ao Brasil ao comprar o relógio. Essa compra, segundo ele, foi uma decisão própria para devolver o relógio às autoridades brasileiras, em cumprimento a uma determinação do Tribunal de Contas da União.

A participação de Wassef nesse caso tem causado desconforto na defesa de Bolsonaro e tem desorientado os demais advogados que cuidam dos processos do ex-presidente. Para aliados do presidente, a recompra do relógio por parte de Wassef foi uma tentativa pessoal do advogado de se reaproximar do clã Bolsonaro e ganhar notoriedade e relevância junto a eles.

É importante ressaltar que o advogado já havia ganhado projeção em 2019, quando conseguiu suspender no STF todas as investigações baseadas no compartilhamento de dados bancários sem autorização judicial. Além disso, ele chamou a atenção em junho do ano passado quando Fabrício Queiroz, apontado como operador do esquema de rachadinha, foi preso em seu sítio em Atibaia.

As investigações sobre o envolvimento de Wassef nesse esquema de desvio de presentes oficiais continuam em andamento, e espera-se que mais detalhes sejam revelados nos próximos dias.

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