Voluntários se mobilizam para apoiar peregrinos na Caminhada até a Basílica de Aparecida, aliviando dores e proporcionando cuidados essenciais para os romeiros.

A jornada até a Basílica Nacional, localizada em Aparecida, para celebrar o dia de Nossa Senhora, em 12 de outubro, transforma-se em um verdadeiro teste de resistência para milhares de peregrinos. Inteligentemente organizada, a romaria conta com uma vasta rede de apoio que vai além da espiritualidade, com voluntários prontamente dispostos a aliviar as dores físicas dos participantes. Os romeiros, muitos deles com os pés machucados e exaustão visível, enfrentam o caminho de fé e devoção conduzidos pela vontade de alcançar o Santuário.

Um exemplo notável desse espírito solidário é a enfermeira Keila Pereira, de 50 anos. Ao longo do trajeto, ela se distribui em pontos estratégicos, como na cidade de Taubaté, onde oferece cuidados essenciais aos pés dos romeiros, sem cobrar nada em troca. “É amor ao próximo. Eu venho aqui para ajudar, mesmo não podendo andar como outros”, compartilha Keila, que trocou curativos e aplicou filmes protetores em feridas expostas. Compreendendo o desgaste da jornada, ela menciona a dificuldade do trecho, especialmente com a aproximação do Morro do Amaral, no quilômetro 100, onde os pés já estão muito gastos.

Além de Keila, a estagiária de enfermagem Ana Beatriz Moraes Brandão, de 23 anos, também contribui para o bem-estar dos romeiros em um acampamento montado em São José dos Campos. Ao tratar bolhas e inchaços, ela se esforça para garantir que todos possam continuar sua caminhada ao Santuário. “A massagem ajuda muito; depois disso, alguns até dormem”, observa a supervisora do estágio, Luciene Ribeiro Macedo.

Entre as histórias que permeiam essa jornada, destaca-se a da cabeleireira Barbara Vilares, de 33 anos, que, com os pés cobertos de curativos e dor visível, afirma que a cansaço é superado pela força do propósito. A cada passo, os romeiros se lembram de seus motivos pessoais para a caminhada.

A solidariedade expressa nessas interações vai além do cuidado físico. Voluntários organizados em grupos, como o “Fé na Estrada”, do representante comercial Renan Tognasini, atuam para oferecer não apenas primeiros socorros, mas também alimento e apoio emocional. No último evento, a equipe distribuiu mais de 6 toneladas de alimentos, testemunhando a importância desse acolhimento para mais de 2.500 peregrinos por dia.

Esses gestos de solidariedade ressaltam a essência da romaria: um movimento que une fé, determinação e apoio mútuo em um Caminho onde cada um, independentemente de sua condição, busca honrar a tradição e a devoção à padroeira do Brasil.

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