Um misto de tristeza e revolta tomou conta do velório. Dona Edite, mãe de Luiz, que não esconde a dor pela perda repentina do filho, compartilhou com a imprensa o grande sonho que Luiz sempre teve: ser caminhoneiro. Ela disse que, ao longo dos anos, tentou dissuadir o filho dessa profissão pelo perigo inerente, mas Luiz sentia-se realizado atrás do volante de uma carreta, seu verdadeiro sonho de vida.
O sogro da vítima também conversou com os repórteres presentes e revelou que, recentemente, Luiz havia alcançado um marco importante em sua carreira – a compra de sua própria carreta. Para pagar as parcelas do veículo, ele trabalhava incansavelmente, transportando cargas para diversos estados. O sogro relatou ainda que, no dia da tragédia, um dos criminosos já havia combinado de pegar uma carona com Luiz desde a noite do domingo anterior (04).
O crime foi uma emboscada minuciosamente planejada. Enquanto Luiz seguia viagem, os comparsas do carona o aguardavam em um outro veículo. Eles conseguiram interceptar a carreta e, em um ato de extrema covardia, roubaram a carga de 28 toneladas de frios que Luiz transportava. Esse crime hediondo deixou marcas profundas na família e na comunidade.
Dona Edite, já marcada por uma experiência traumática anterior, contou que Luiz tinha sido vítima de um assalto na Bahia, onde foi amarrado e abandonado dentro do próprio caminhão pelos assaltantes. Apesar dos riscos, Luiz nunca abandonou seu sonho de rodar as estradas do Brasil.
A família, agora de luto, clama por justiça. As investigações da Polícia Civil estão em andamento, apurando os detalhes do crime e buscando responsabilizar os culpados. O corpo de Luiz Antônio será sepultado ainda nesta quarta-feira, às 16 horas, na cidade de Flexeiras. O sentimento de impunidade e a perda de um jovem com um futuro promissor reforçam a necessidade de uma ação rápida e eficaz da justiça para que tragédias como esta não se repitam.