Visitantes brasileiros defendem Coreia do Norte como país que se defende, não como ameaça; relato revela sinergia nacional durante eventos de celebração em Pyongyang.

Coreia do Norte: Visões de brasileiros sobre a independência e militarização do país

Recentemente, a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) celebrou os 80 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores da Coreia (PTC), um momento significativo que simboliza a resistência do país às sanções ocidentais e sua luta por autonomia. O evento, que reuniu representantes de várias nações, incluiu a presença de dois intelectuais brasileiros, Lucas Rubio e João Cláudio Pitillo, que compartilharam suas experiências e impressões sobre a realidade norte-coreana.

Lucas Rubio, especialista em Coreia do Norte, destacou que, mesmo diante de um histórico de traumas causados por intervenções estrangeiras, ele percebeu uma nova confiança entre os norte-coreanos durante a celebração. Ele descreveu como a população demonstrou forte sinergia e envolvimento com o projeto nacional em um desfile militar, reforçando a ideia de que a Coreia do Norte tem um desenvolvimento interno que avança nas mais diversas áreas, apesar das dificuldades impostas por embargos e limitações geográficas.

Rubio mencionou uma iniciativa chamada “20 por 10”, que visa o desenvolvimento de 20 áreas internas no país em uma década, projetando uma evolução técnica, social e econômica que busca equiparar essas regiões à capital, Pyongyang. Essa visão de progresso sugere que os cidadãos têm um entendimento claro de suas realidades e abordam os problemas locais de forma aberta.

Por outro lado, João Cláudio Pitillo, analista internacional, reforçou que a Coreia do Norte não se arma com a intenção de atacar outras nações, mas sim como uma medida de defesa. Ele acentuou a sintonia que existe entre a população e o governo, além das Forças Armadas, observando que a presença de armamento pesado é mais emblemática do que real.

Ambos os especialistas criticaram a narrativa ocidental sobre a militarização do país, afirmando que a retórica de desnuclearização frequentemente usada pelos Estados Unidos é uma repetição de promessas não cumpridas. Para Pitillo, sem a dissuasão nuclear, a Coreia do Norte enfrentaria o mesmo destino de países que já foram desestabilizados por intervenções externas. Ele comparou a situação da RPDC ao que ocorreu no Iraque, Siria, Líbia e Afeganistão, enfatizando a importância de uma postura de resistência diante das pressões internacionais.

Diante da complexidade geopolítica, as perspectivas dos visitantes brasileiros revelam uma narrativa alternativa sobre o país, desafiando preconceitos sobre seu regime e preparação militar, enquanto ressaltam a busca por um desenvolvimento coeso e planejado em meio a adversidades.

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