Motivos que vão desde o controle do tráfico até desavenças políticas têm levado à tragédia de muitas vidas perdidas. A política, ao invés de ser um instrumento de resolução de conflitos, tem se tornado um combustível para a violência crescente que assola o país.
Durante a campanha eleitoral deste ano, sete candidatos a cargos políticos foram brutalmente assassinados, evidenciando a violência presente no cenário político brasileiro. Além disso, mais de 450 casos de agressões e ameaças foram registrados contra líderes políticos de diferentes ideologias, demonstrando a gravidade da situação.
O Observatório da Violência Política e Eleitoral da Unirio tem coletado e analisado dados sobre esse tema desde 2019, e os números apontam para uma escalada da violência a cada eleição. O cenário já é o mais feroz da série histórica, com um aumento significativo no número de ocorrências em comparação com anos anteriores.
Embora parte da responsabilidade recaia sobre o ambiente de ódio disseminado nas redes sociais, que tem contribuído para o estímulo de agressões e incitações à violência, é importante ressaltar que o problema vai além disso. Políticos que usam as redes de maneira deletéria para incitar a violência são parte do cerne do problema, financiando a propagação do ódio e contribuindo para um cenário político cada vez mais polarizado.
O desafio do Brasil é combater essa cultura de violência que permeia a política e a sociedade como um todo, buscando construir um ambiente mais saudável e democrático. A responsabilidade recai não apenas sobre os indivíduos, mas também sobre as instituições que têm o poder de mudar essa realidade e promover um debate político baseado no respeito e na tolerância. A esperança é que, com esforços coordenados e medidas eficazes, seja possível reverter esse cenário e construir um país mais pacífico e justo para todos os cidadãos.