Em contrapartida, a situação de segurança no Brasil permanece alarmante. De acordo com o Mapa da Segurança Pública, em 2024, o país registrou 35.365 homicídios dolosos, ou seja, com intenção de matar. Esse número equivale a uma média de 97 assassinatos por dia, evidenciando uma epidemia de violência que persiste por anos. Além disso, registros de tentativas de homicídio também foram elevados, totalizando 40.874, com um aumento de 7,47% em relação ao ano anterior. Casos de lesão corporal seguida de morte também cresceram, somando 729 ocorrências.
O comparativo entre Brasil e Sudão revela um panorama preocupante. Embora a guerra civil sudanesa tenha levado à morte de aproximadamente 150 mil pessoas, a violência proporcional no Brasil indica um cenário igualmente grave. Dados do projeto de monitoramento de conflitos armados ACLED mostram que, entre janeiro e novembro de 2024, o Brasil registrou 9.305 incidentes violentos, dos quais 4.449 afetaram civis. Em comparação, o Sudão enfrentou 3.650 eventos, com 1.530 impactando a população civil.
Nesse contexto, o Brasil aparece como o sétimo país mais perigoso do mundo, superando até mesmo nações com conflitos armados como a Ucrânia, onde a violência, apesar da guerra contínua, é considerada inferior.
Recentemente, o Brasil perdeu uma posição no ranking de países mais violentos, sendo ultrapassado pelo Equador, que enfrenta uma onda de criminalidade exacerbada por organizações criminosas. O governo equatoriano, na tentativa de lidar com essa situação caótica, recorreu a atores externos, como o empresário norte-americano Erik Prince, famoso por suas atividades no setor de segurança privada.
Assim, o Brasil continua em uma encruzilhada complexa, onde a violência urbana rivaliza com a devastação causada por guerras em outras partes do mundo.







