VIOLÊNCIA – Analista político cobra reação da sociedade contra violência doméstica após caso dos 61 socos – com Jornal Rede Repórter

O caso de Juliana Garcia, moradora de Natal (RN), chocou o país. Em apenas 34 segundos, ela foi agredida pelo namorado com 61 socos, sofreu múltiplas fraturas e precisou passar por uma cirurgia de reconstrução facial. A violência foi registrada pelas câmeras de segurança de um elevador e, segundo o consultor eleitoral e analista político Wilson Pedroso, “o Brasil todo pôde assistir às fortes imagens de impressionante covardia. Não há quem não tenha se indignado”.

O episódio ocorreu em 26 de julho, pouco antes do Agosto Lilás — mês de conscientização sobre o combate à violência contra as mulheres. A campanha coincide com o aniversário da Lei 11.340/2006, a Lei Maria da Penha, que acaba de completar 19 anos. Para Pedroso, a norma “é não somente importante, como ainda muito necessária” no enfrentamento à violência doméstica e familiar.

Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que, em 2024, foram julgados 10.991 processos de feminicídio no país, o maior número desde 2020 e um aumento de mais de 225% em relação àquele ano. Além disso, pesquisa do Instituto DataSenado e do Observatório da Mulher contra a Violência (OMV) revela que 68% das brasileiras têm uma amiga, familiar ou conhecida que já sofreu violência doméstica. Apesar disso, apenas 24% dizem conhecer bem a Lei Maria da Penha, e 51% acreditam que ela protege apenas parcialmente as vítimas.

Diante desses números, Pedroso defende que “uma legislação forte é importante, mas se não houver também ação, ela acaba se tornando discurso apenas, ou pior, um papel dentro da gaveta”. Ele ressalta que a luta precisa envolver diversas áreas, como Segurança Pública, Justiça, Assistência Social, Saúde e Educação.

O analista reforça que a mobilização popular é essencial: “É a sociedade que pode fazer a cobrança e a pressão necessárias para que novos avanços sejam conquistados. É preciso haver muitos ‘nãos’ à violência doméstica ecoando e reverberando para que essa mensagem chegue à classe política e aos governantes”. E conclui: “O meu ‘não!’ já está aqui”.

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