Violação na tornozeleira eletrônica de Jair Bolsonaro acende alerta e resulta em prisão preventiva após tentativa de abertura do dispositivo com solda.

Na madrugada de sábado, um alerta crucial surgiu às 0h07 na central da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (DF). Monitores que permanecem ativos durante a noite revelaram um ponto vermelho piscando no mapa, sinalizando uma violação na tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os agentes penitenciários, de prontidão, estavam cientes dos procedimentos a seguir imediatamente.

O Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME), uma unidade estabelecida em 2017, tem como função monitorar em tempo real aqueles que cumprem penas fora do sistema prisional. Com uma equipe disponível 24 horas por dia, o centro opera como um comando tecnológico. Os servidores utilizam um sistema que acompanha constantemente os dados enviados pelas tornozeleiras, que incluem localização, integridade física e até tentativas de abertura do dispositivo. Quando algum dado foge do padrão, a central é alertada instantaneamente.

Nesse caso específico, Bolsonaro admitiu posteriormente que tentou abrir a tornozeleira com solda. O CIME identificou sinais de avaria que não corresponderam à justificativa inicial do ex-presidente, que alegou uma colisão com uma escada. O relatório revelou queimaduras e danos que indicavam um comportamento deliberado de manipulação. Após a verificação da violação, os procedimentos padrões foram acionados. Os agentes tentaram contato direto com Bolsonaro, solicitando que ele apresentasse o equipamento.

Quando ele não respondeu, a situação foi escalada para a Polícia Militar, que recebeu um dossiê completo contendo dados pessoais, histórico de movimentações e áreas restritas. Neste incidente, a Polícia Federal também foi ativada.

O CIME opera em estreita colaboração com o Tribunal de Justiça, Ministério Público e Defensoria Pública, e todas as orientações e restrições são devidamente registradas no sistema. Equipamentos sofisticados, fornecidos por uma empresa contratada, são utilizados para garantir a segurança logística da operação de monitoramento. Os sensores embutidos podem detectar cortes, impactos e variações de temperatura, tornando-se cruciais para identificar tentativas de violação.

Desde o início de seu monitoramento em 18 de julho, Bolsonaro foi informado sobre as regras de uso e as áreas de circulação permitidas. Diante da confirmação da violação, a Secretaria de Administração Penitenciária informou prontamente o Judiciário. O relatório detalhando os danos foi assinado pela diretora-adjunta do CIME e enviado ao ministro Alexandre de Moraes, que decretou a prisão do ex-presidente na manhã do dia seguinte. A ação não só destaca a eficácia da tecnologia em monitoramento de medidas judiciais, mas também lança luz sobre a situação crítica enfrentada por figuras públicas em cumprimento de restrições legais.

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