Fachin enfatizou que as investigações no Brasil muitas vezes são lentas e falhas, especialmente em casos de crimes como os do colarinho branco. Ele destacou a perda de oportunidades para reunir provas robustas ao longo dos anos, resultando até mesmo na prescrição de crimes. O ministro ressaltou que a Justiça precisa seguir os princípios constitucionais de celeridade e razoabilidade.
Apesar de reconhecer a existência de uma legislação avançada no combate à corrupção, Fachin afirmou que o país ainda não alcançou a eficiência necessária na aplicação das leis. Ele enfatizou a importância de contar com instituições e pessoas capazes de enfrentar os desafios e garantir a efetividade das leis.
O ministro também abordou a questão da celeridade processual seletiva, que impacta de forma desigual a população carcerária do país, afetando principalmente os mais pobres. Ele ressaltou as disparidades entre as capacidades institucionais de órgãos como a Justiça Federal e a Justiça Eleitoral, destacando a necessidade de investimentos contínuos para fortalecer as estruturas de controle.
Fachin ainda destacou a importância da educação, inclusão social e promoção de valores éticos e democráticos na busca por um combate efetivo à corrupção. Ele ressaltou a necessidade de uma sociedade educada em valores íntegros para identificar e rejeitar atos de corrupção.
O Seminário Caminhos Contra a Corrupção, promovido em parceria com o Instituto Não Aceito Corrupção, é um espaço importante para o debate nacional sobre transparência, integridade e o universo anticorrupção. Com quase 80 mil espectadores nas últimas edições, o evento deste ano promete trazer discussões relevantes para o combate à corrupção no país. Os painéis e conferências serão transmitidos ao vivo no site do Estadão, consolidando o seminário como um dos principais eventos do setor.