A Constituição equatoriana estabelece que presidentes que buscam a reeleição devem pedir licença do cargo para fazer campanha. No entanto, a situação torna-se mais complexa quando um governante está terminando o governo de outro presidente, como é o caso de Noboa, que está na reta final do mandato de Guillermo Lasso.
O constitucionalista André Benavides enfatiza que, sem a ausência temporária do presidente, Abad não pode assumir a presidência, e a falta de licença por parte de Noboa pode acarretar em consequências graves, como a perda de direitos políticos.
A relação conturbada entre Noboa e Abad teve início durante a campanha eleitoral de 2023, sem um motivo claro até agora. Noboa acusou Abad de deslealdade, enquanto ela o chamou de misógino. O governo tentou afastar Abad do cargo sem sucesso, e o anúncio de sua posse como presidente temporária certamente intensificará o clima de tensão no país.
Abad não detalhou como pretende concretizar sua posse como presidente, mas ressaltou a necessidade do apoio de todas as instâncias do Estado, inclusive as forças armadas, que até o momento não se manifestaram.
O anúncio de Abad foi feito pouco antes de uma sessão da Assembleia Nacional do Equador, que discutirá a questão das licenças para concorrer à reeleição. Enquanto Noboa nomeou Sariha Moya como vice-presidente interina, baseando-se na “ausência temporária” de Abad, a situação política no Equador está longe de se acalmar. A incerteza paira sobre o país, e a disputa pelo poder promete ser acirrada nos próximos dias.









