Vereadora Gigi Castilho é alvo de operação por desvio de verbas públicas destinadas a creches no Rio; família também está sob investigação.

Vereadora Gigi Castilho é alvo de operação que investiga desvio de verbas destinadas a creches na Zona Oeste do Rio

A vereadora Gigi Castilho, do partido Republicanos, eleita em 2024 para seu primeiro mandato, se encontra sob o escrutínio da Polícia Civil. Uma operação recente está investigando o desvio de verbas públicas que deveriam ser utilizadas nas creches da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Na manhã desta terça-feira, equipes policiais realizaram uma ação em sua residência, localizada em Nova Sepetiba, onde cumpriram um mandado de busca e apreensão.

Além da parlamentar, seu marido e sua filha também estão sendo investigados. Com formação em pedagogia, Gigi Castilho obteve um total de 13.492 votos nas últimas eleições, representando aproximadamente 0,44% dos votos válidos da cidade.

As investigações apontam a existência de um esquema fraudulento que envolveria a criação de empresas fictícias. Essas “empresas fantasmas” foram usadas para emitir notas fiscais com valores superfaturados, justificando os repasses feitos pela Prefeitura do Rio a sete creches conveniadas da região. De acordo com a apuração, essas empresas eram abertas em nome de laranjas e utilizadas por representantes das instituições para simular a prestação de serviços e o fornecimento de produtos que, na realidade, nunca eram entregues. Assim, as notas fiscais falsas serviam para comprovar despesas que não existiam, permitindo a movimentação de recursos públicos de maneira ilícita.

A operação é conduzida pela Delegacia de Defraudações (DDEF) e abrange 29 mandados de busca e apreensão, direcionados a 15 empresas e 14 indivíduos. Durante a ação na residência de Gigi Castilho, o imóvel foi encontrado vazio, com o portão destrancado, enquanto os policiais realizavam as buscas.

As investigações revelaram ainda que uma das creches conveniadas movimentou cerca de R$ 9 milhões em apenas seis meses. Dentro desse período, foram registrados 816 saques em espécie que somaram aproximadamente R$ 1,5 milhão. Essa quantia foi considerada “totalmente incompatível com o perfil e a natureza de uma instituição educacional conveniada”, segundo as autoridades policiais.

A ação visa localizar e apreender documentos, computadores, celulares e materiais contábeis que possam auxiliar na elucidação do esquema. As apurações seguem em andamento na busca por identificar todos os envolvidos nas movimentações irregulares, incluindo possíveis servidores públicos que possam estar implicados nas fraudes. A situação se desenrola em um contexto de crescente preocupação com a transparência na administração pública, especialmente em setores sensíveis como a educação infantil.

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