Eliane expressou seu temor após essa ligação, dizendo que sentiu sua liberdade de voto ameaçada. “Isso me causou perplexidade. Me senti diante de uma ditadura, uma violação da democracia. Meu direito de votar foi ameaçado”, comentou. Após a ameaça, segundo a vereadora, houve demissões de servidores ligados ao seu mandato, além de pressões sobre outras famílias que temiam represálias semelhantes.
A situação escalou quando, segundo relatos, Marcos Silva sugeriu que não entregaria a chave da Câmara, o que foi interpretado por Eliane como uma tentativa de subordinar o Legislativo ao Executivo. “A chave da Câmara pertence aos onze vereadores eleitos pelo povo, e não ao prefeito”, disparou.
O contexto político em Messias é tenso e ainda mais complicado, pois sete vereadores que anteriormente apoiavam Marcos Silva decidiram romper com sua gestão. Esses parlamentares trouxeram à baila uma questão polêmica ao antecipar a eleição da nova mesa diretora da Câmara para o biênio 2025-2026. Essa decisão, já contestada judicialmente, levanta dúvidas sobre sua legalidade e é acompanhada de acusações sobre possíveis fraudes financeiras, ligadas a um esquema apelidado de “maleta preta”, cuja importância aumentou durante investigações anteriores.
Em resposta ao rompimento, o prefeito divulgou um vídeo onde confirma a separação do grupo liderado pelo deputado estadual Antônio Albuquerque e os acusa de traição. Além disso, ele reafirmou seu compromisso com o governador Paulo Dantas e o senador Renan Calheiros, indicando que a crise teve início por desentendimentos políticos com esses aliados, o que intensifica a fragilidade de sua gestão.
A situação em torno da Câmara de Messias reflete uma crise de governabilidade que poderá impactar tanto a confiança da população em suas lideranças quanto a dinâmica política na região. A vereadora Eliane Buarque, em sua luta por manter a autonomia do Legislativo, se torna uma figura central nesse embate.