Na última sessão realizada dia 5, na Câmara Municipal de Barra de São Miguel, um fato inusitado chamou a atenção de todos os presentes. O vereador Júlio Bob Esponja fez uma exigência polêmica: o afastamento da presidente da Casa, Maria Quitéria Correia dos Santos Paula. A razão para tal pedido foi a condenação de Maria Quitéria, juntamente com os vereadores Diney Apratto Torres Pugliesi e Eliane Andrade da Cruz, por improbidade administrativa.
Segundo as acusações feitas pelo Ministério Público de Alagoas, o trio foi acusado de enriquecimento ilícito e danos ao erário público. As denúncias incluíram locações de veículos a preços suspeitos, notas fiscais de combustíveis indicando deslocamentos questionáveis e diárias para eventos em Maceió, que fica a menos de uma hora de carro da cidade.
Maria Quitéria teria se beneficiado indevidamente ao locar um Renault Clio 2002 por um valor significativamente abaixo do mercado, percorrendo mais de 300 km diários. Já Eliane Andrade é acusada de lucrar com a locação de um Ford Fiesta 2011, viajando mais de 300 km por dia e abastecendo frequentemente em Maceió. Enquanto Diney Pugliesi teria recebido valores abusivos por locar um Celta 2002 e um contrato de uso de veículo, com notas indicando distâncias diárias exorbitantes.
As diárias para congressos em Maceió foram apontadas como ilegais, já que os custos de viagem estavam sendo cobertos pelas verbas de combustível. Os vereadores foram sentenciados a devolver os valores indevidos e pagar multas civis proporcionais aos danos causados.
O juiz Raul Cabus determinou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) fosse notificado para registrar os condenados no Cadastro Nacional de Condenações Cíveis por Atos de Improbidade Administrativa e Inelegibilidade, em uma decisão que visa coibir a corrupção e garantir a transparência na gestão pública.
