A proposta de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito surgiu com o intuito de investigar possíveis crimes cometidos por ONGs que atuam na assistência à população de rua e dependentes químicos na cidade. O texto original contava com a adesão de diversos vereadores, porém, após uma repercussão negativa, o apoio foi reduzido, levando a uma reestruturação do pedido.
Agora, com 19 parlamentares apoiando o novo texto, o foco da CPI se volta para as denúncias de crimes sexuais contra o Padre Júlio Lancellotti. Segundo Rubinho Nunes, ele recebeu relatos que o motivaram a mudar o escopo da investigação, alegando ter informações sobre acusações antigas, mas arquivadas, feitas por membros do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo do qual o vereador fez parte até o ano passado.
A ementa do pedido não detalha as denúncias, porém, ressalta o objetivo da comissão de apurar “violações à dignidade da pessoa humana, em especial crimes contra a liberdade sexual, assédio moral, sexual, psicológico e abusos congêneres cometidos contra pessoas em situação de rua, vulnerabilidade e drogadição no município de São Paulo”.
Apesar das críticas de partidos de esquerda, como PT e PSOL, o presidente da Câmara, Milton Leite, que é do partido União Brasil, apoia a iniciativa. A expectativa agora é de que a CPI das ONGs inicie os trabalhos e esclareça as supostas irregularidades apontadas no pedido de investigação do vereador Rubinho Nunes.