Vereador denuncia corte de recursos para residências terapêuticas em Maceió e critica falta de alternativas para dependentes químicos



Em uma sessão tumultuada da Câmara Municipal de Maceió na última terça-feira, o vereador Thiago Prado, que também atua como delegado de polícia, levantou um alerta sobre o futuro das residências terapêuticas da capital. Segundo Prado, uma mudança iminente nas diretrizes do Governo estadual poderá interromper o repasse de recursos que há anos garante o funcionamento dessas unidades, que atualmente atendem pacientes com sérios problemas relacionados ao uso de substâncias.

De acordo com as informações apresentadas pelo parlamentar, um documento da Defensoria Pública confirma a transferência da responsabilidade financeira para a Prefeitura de Maceió, uma decisão que, segundo Thiago Prado, pode comprometer o atendimento a mais de 450 pacientes em tratamento. “Esse novo arranjo financeiro ignora a real situação enfrentada por famílias vulneráveis, deixando-as à mercê de um sistema que deveria oferecer suporte, mas que na prática, revela-se ineficaz”, afirmou.

Prado ainda destacou que algumas residências terapêuticas não recebem os repasses de forma regular há mais de três anos, mesmo com um acordo judicial em vigor que previa uma divisão equitativa dos custos entre Estado e Município. “Estamos falando de vidas, de pessoas que precisam de um suporte adequado. A falta de recursos coloca em risco a continuidade do tratamento, que é vital para a recuperação dessas pessoas”, acrescentou, ressaltando a urgência da situação.

Além disso, o vereador criticou a decisão do Governo de interromper também os repasses destinados a clínicas de internação involuntária, argumentando que o tratamento de dependentes químicos deve ocorrer em liberdade, por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Para Thiago, essa perspectiva ignora a complexidade da realidade vivida por muitos dependentes que necessitam de internação para recuperação. “Nem toda situação pode ser tratada da mesma maneira. Há famílias que imploram por ajuda e jovens que, por conta da dependência, já perderam o controle de suas vidas. O que vemos é um desprezo pelas necessidades dessas pessoas”, declarou.

Por fim, o vereador criticou setores da esquerda que se opõem ao modelo de tratamento que integra residências terapêuticas e internação. Ele ressaltou a importância do reconhecimento da eficácia desses métodos, que muitas vezes são a última esperança para aqueles que se encontram em situação de desespero. “Deslegitimar um sistema que salva vidas é uma atitude irresponsável”, concluiu, fazendo um apelo à reflexão sobre as alternativas que estão sendo propostas para o tratamento da dependência química na capital.

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