Vereador de Maceió Denuncia Uso de Ônibus Escolares para Transporte de Membros do MST Durante Protesto na Capital Alagoana.

Na última terça-feira (22), o vereador de Maceió, Leonardo Dias, do Partido Liberal (PL), registrou uma situação polêmica que gerou repercussão nas redes sociais e na imprensa. O parlamentar afirmou ter observado ônibus escolares sendo utilizados para transportar membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) durante uma manifestação que invadiu o calçadão do comércio no centro da cidade, além da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A ação visava chamar a atenção para questões relacionadas à Reforma Agrária e ocorreu em um momento em que diversas atividades da “Semana Camponesa” estavam programadas na capital alagoana.

Dias, em um vídeo publicado em suas redes sociais, expressou sua indignação sobre o uso dos veículos, questionando a legalidade desse transporte e anunciando que estaria acionando o Ministério Público para esclarecer a situação. Ele argumentou que esse tipo de ação afeta diretamente a rotina de ambulantes e comerciantes da região, provocando transtornos durante a invasão.

Na quarta-feira (23), o vereador revisitou o local e observou que os ônibus, de fato, estavam sendo utilizados para o retorno dos integrantes do movimento ao seu local de origem. “Ontem, fomos surpreendidos com a chegada de ônibus escolares que trouxeram pessoas do interior para participar da invasão. Isso impactou a vida de muitos comerciantes e ambulantes. Hoje, pudemos verificar que esses ônibus estavam sendo usados para retirar os sem-terra do centro”, ressaltou Dias.

A invasão, que ocorreu no dia 22, contou com a participação de cerca de 2 mil trabalhadores rurais e teve como propósito reivindicar melhores condições para os assentamentos rurais e uma solução para as famílias que ainda vivem em acampamentos no estado. Renildo Gomes, líder do MST, afirmou que essa não foi a primeira ocupação da sede do Incra neste ano e ressaltou que as demandas não atendidas podem levar a futuras mobilizações.

O evento não só levantou questões sobre os direitos dos trabalhadores rurais, mas também abriu um debate sobre a utilização de bens públicos em ações que podem ser consideradas políticas. Assim, a situação se revela como mais um capítulo nos desafios enfrentados por movimentos sociais e pela administração pública, reafirmando a necessidade de um diálogo aberto entre as partes envolvidas para buscar soluções que atendam às demandas de todos.

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