Vereador de Coruripe recebe pena de 2 anos de reclusão por comentário transfóbico, segundo decisão da justiça.

 

Na última quarta-feira (16), o vereador Franciney Joaquim dos Santos, de Coruripe, foi condenado a cumprir dois anos de prisão em regime fechado. A sentença foi dada pelo juiz de Direito da 2ª Vara de Coruripe, Filipe Ferreira Munguba, atendendo ao pedido do Ministério Público Estadual (MPE). A condenação ocorreu devido a uma fala transfóbica proferida por Franciney durante uma sessão na Câmara Municipal.

Durante o discurso, que foi registrado e divulgado no canal do YouTube da Câmara, o político afirmou que mulheres trans que utilizassem banheiros femininos deveriam “sofrer uma coça pesada, uma pisa boa”. A declaração gerou indignação e reações negativas, resultando na representação do Grupo Gay de Maceió junto à Promotoria de Justiça, solicitando a responsabilização criminal do vereador.

Em seu interrogatório, Franciney admitiu o exagero de suas palavras, alegando que elas foram utilizadas em um contexto isolado. No entanto, o juiz destacou que, por ser bacharel em Direito, o vereador conhece a lei e, ao proferir o discurso de ódio, demonstrou uma intenção que vai além do tipo penal.

A pena fixada pelo juiz foi de dois anos, quatro meses e 15 dias de reclusão, além do pagamento de multa. No entanto, o vereador ainda pode recorrer em liberdade. O magistrado ressaltou que a intensidade da fala de Franciney, que incitava a violência contra pessoas trans, foi além do permitido.

Durante o julgamento, o vereador argumentou que sua fala não teve a intenção de incitar o ódio. Segundo ele, estava emocionado ao falar de sua filha e se colocou na situação de estar no banheiro com suas filhas e um homem entrando, o que o fez se sentir diminuído. Franciney afirmou não ser homofóbico e que sua fala não tinha a intenção de incitar a violência contra homens, mulheres ou pessoas trans.

A condenação do vereador gerou debates sobre o discurso de ódio e a importância de promover o respeito e a inclusão de todas as pessoas, independente de sua identidade de gênero. Essa decisão judicial representa um avanço na luta contra a transfobia e reafirma o compromisso de punir aqueles que promovem e incitam a violência contra a comunidade LGBTQIA+.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo