Vereador de Canarana é preso por série de abusos sexuais; investigações revelam relações complexas e envolvimento de múltiplas mulheres na rede criminosa.

Vereador de Canarana é preso por crimes sexuais e expõe rede de abusos

Thiago Bitencourt Lanhes Barbosa, ex-vereador do município de Canarana, no Mato Grosso, está no centro de uma apurada investigação policial que revela um sombrio padrão de abuso sexual. Ele, que fazia parte do Partido Liberal (PL), foi preso em flagrante em 31 de maio sob acusações de envolvimento em uma série de delitos que incluem estupro e pornografia infantil.

As investigações mostraram que Barbosa mantinha relacionamentos simultâneos com sete mulheres, sendo que uma delas não tinha conhecimento da existência das demais. Na última quinta-feira, 17 de julho, a Polícia Civil do Mato Grosso deflagrou uma operação que teve como alvo essas mulheres. A suspeita é que, de alguma forma, elas estivessem ligadas às práticas criminosas cometidas pelo vereador.

Os agentes identificaram que Barbosa frequentemente se aproximava de mulheres com filhos, criando uma rede de exploração que se estende a menores de idade. Depoimentos no inquérito indicam que ele exercia um forte domínio psicológico sobre suas parceiras, manipulando-as para a prática de abusos. A condição de médico oferecia a ele uma oportunidade de acesso a vítimas em situação de vulnerabilidade, aumentando ainda mais a gravidade dos delitos cometidos.

Durante as operações, foram apreendidos celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos, que agora passarão por perícia. A expectativa é que esses materiais possam revelar novas vítimas e potencialmente novos cúmplices na rede de exploração sexual. Nesse contexto, há alegações de que o vereador mantinha um “relacionamento” com uma adolescente de apenas 15 anos, submetendo-a a práticas de escravidão sexual, além de ter direcionado seu interesse para a filha dela, que tem apenas oito anos.

Em resposta aos gravíssimos crimes atribuídos a Barbosa, o PL anunciou o afastamento temporário do vereador. O presidente estadual do partido, Ananias Filho, afirmou que a agremiação repudia veementemente as acusações. Paralelamente, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso instaurou uma sindicância para investigar a conduta do médico, e a Câmara Municipal decidiu afastá-lo de suas atividades legislativas.

Entre as práticas investigadas, Barbosa é acusado de ter orientado uma mulher a interromper uma gravidez, sendo que o filho não era seu. Este aspecto da investigação levanta ainda mais preocupações sobre a manipulação psicológica e a rede de abusos que ele montou. O caso, complexo e perturbador, promete novos desdobramentos à medida que as investigações seguem em curso.

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