Venezuelanos votam em referendo para reivindicar sobernia sobre território da Guiana em disputa histórica.

Venezuelanos vão às urnas neste domingo, 2, para participar de um referendo convocado pelo governo do presidente Nicolás Maduro, a fim de reivindicar a soberania sobre uma extensa área da vizinha Guiana conhecida como Essequibo. A votação teve início às 6h locais (7h em Brasília) e estava prevista para encerrar às 18h (19h em Brasília), porém, foi prorrogada até as 20h (21h em Brasília).

Os venezuelanos foram chamados para votar sobre a criação de um Estado no território em questão, concedendo cidadania aos atuais e futuros residentes e rejeitando a jurisdição do tribunal superior das Nações Unidas para resolver a disputa territorial com a Guiana. No entanto, até o meio da tarde, a participação no referendo parecia ser baixa, com menos de 12% dos eleitores votando em alguns locais de votação em Caracas.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), os mais de 15 mil centros de votação habilitados para o referendo permaneceriam abertos, já que ainda haviam eleitores nas filas, sendo encorajados a participar da consulta. O presidente do CNE, Elvis Amoroso, afirmou que um balanço do processo seria realizado imediatamente após o término da votação, mas os resultados seriam anunciados horas depois.

Em relação ao interesse da população para participar do referendo, um jovem de 29 anos chamado Willy Morales, revelou à imprensa que optou por não votar, afirmando que não via interesse pessoal na questão. Enquanto isso, do outro lado da fronteira, milhares de guianenses formaram correntes humanas em uma demonstração de apoio à região, usando camisetas com a mensagem “Essequibo pertence à Guiana” e empunhando bandeiras do país.

O referendo foi proposto pela Assembleia Nacional venezuelana, aprovado pelo Conselho Nacional Eleitoral e liberado pelo Supremo Tribunal de Justiça, todos controlados por aliados de Nicolás Maduro. Os venezuelanos responderam “sim” ou “não” para cinco perguntas, com o resultado da consulta sendo não vinculante e sem consequências concretas imediatas. A Venezuela busca reforçar sua reivindicação sobre a região, com o argumento de que o rio Essequibo representa a fronteira natural, como estabelecido em 1777 durante o domínio espanhol. A Venezuela também se ampara no Acordo de Genebra de 1966, que anulou uma decisão de 1899.

A disputa territorial se intensificou desde a descoberta de petróleo na região em 2015, o que aumentou as tensões entre Venezuela e Guiana. A gigante energética ExxonMobil achou reservas no território em litígio, o que poderia colocar a Guiana entre os países com as maiores reservas per capita do mundo.

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