Venezuelanos em Miami Protestam contra Proibição de Voto nas Eleições Presidenciais



Dezenas de venezuelanos tomaram as ruas de Miami neste domingo em um protesto marcado por indignação e tristeza. A razão da manifestação foi a impossibilidade de votarem nas eleições presidenciais de seu país natal. O motivo dessa situação é a retirada das representações diplomáticas venezuelanas dos Estados Unidos, uma decisão do governo de Nicolás Maduro após a ruptura das relações diplomáticas com Washington em 2019.

Os manifestantes se concentraram no bairro central de Brickell, especificamente em frente ao prédio que anteriormente servia como consulado venezuelano e que, atualmente, funciona como um banco. Envoltos em bandeiras venezuelanas, os manifestantes expressaram seu descontentamento através de discursos e declarações inflamadas. Adelys Ferro, diretora-executiva do Venezuelan American Caucus, uma das organizações por trás da manifestação, foi clara em suas palavras. “Deveríamos estar votando neste prédio, mas a ditadura criminosa de Nicolás Maduro nos tirou o direito de votar. O que nunca nos tirará é o direito de protestar contra ele”, afirmou.

Ferro apontou que o governo de Maduro poderia ter facilitado o voto dos venezuelanos nos Estados Unidos, mesmo sem ter delegações diplomáticas no país, mas escolheu não tomar essa ação. As eleições em questão são cruciais, decidindo entre a continuidade do chavismo, que está no comando da Venezuela há 25 anos, e uma possível vitória de uma oposição unida.

Entre os manifestantes estava Allam Chávez, que há oito anos deixou Barquisimeto, sua cidade natal no norte da Venezuela, para viver em Miami. No entanto, Chávez expressou uma sensação de impotência por não poder participar do processo eleitoral: “Me sinto de mãos atadas”. Ainda assim, ele compartilha a esperança de que uma eventual vitória da oposição possa abrir o caminho para o seu retorno ao país e o reencontro com familiares.

Maduro, aos 61 anos, busca um terceiro mandato de seis anos, enquanto a Venezuela ainda enfrenta uma profunda crise econômica que provocou uma contração de 80% em seu PIB nos últimos 10 anos e forçou a migração de mais de sete milhões de cidadãos. Seu principal adversário nas urnas é Edmundo González Urrutia, de 74 anos, um diplomata que representa a popular líder opositora María Corina Machado, impedida de concorrer devido a uma inabilitação política.

Segundo dados do Pew Research Center, cerca de 640 mil venezuelanos residem nos Estados Unidos, tornando a comunidade uma peça significativa na diáspora venezuelana. Enfrentando desafios contínuos e isolados de seu direito democrático fundamental, a comunidade venezuelana em Miami continua a lutar por um futuro melhor para seu país.

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