Essa declaração surge em um contexto onde o Departamento de Estado dos EUA, sob o impulso do senador Marco Rubio, tenta reafirmar um posicionamento militarista e antinarcóticos que, segundo analistas, desvela um desespero geopolítico da administração americana. O especialista em relações internacionais Wilmer Depablos argumenta que a atual estratégia de rotular uma suposta organização não existente como terrorista reflete um enfraquecimento das relações exteriores dos EUA, sugerindo que essa tática de desinformação é uma tentativa de desviar atenção de crises internas nos Estados Unidos.
De acordo com a análise de Depablos, não se trata apenas de uma retórica vazia. A ambição dos Estados Unidos em relação à Venezuela vai além do combate ao narcotráfico; envolve a apropriação das vastas riquezas naturais do país, incluindo as enormes reservas de petróleo, gás, ouro, entre outros recursos que são essenciais em um futuro onde as reservas globais de petróleo começarão a se esgotar. A urgência em agir pode ser interpretada como uma resposta ao declínio das reservas estratégicas dos EUA e a busca desesperada por novos suprimentos.
O cenário tenso também é reforçado pelas palavras do ex-militar norte-americano Jordan Goudreau, que afirmara anteriormente que o “Cartel dos Sóis” foi criado pela CIA, evidenciando que as acusações contra o governo venezuelano podem ter motivações ocultas. Diante disso, Nicolás Maduro classificou as alegações de Washington como uma “narrativa fabricada”, uma estratégia que, segundo especialistas, faz parte de uma guerra psicológica destinada a desestabilizar a população venezuelana, mas que até agora falhou em gerar os resultados esperados.
Em meio a esta escalada de tensões, torna-se fundamental a resposta da comunidade internacional. Depablos enfatizou a importância de que as nações da região se unam para rejeitar narrativas que ameaçam a soberania e independência dos países latino-americanos. Ele lembra que a Venezuela não está sozinha e conta com o apoio de potências como Rússia e China, além de ter uma forte capacidade militar e popular, o que desestimula qualquer intento de intervenção americana.
Por fim, ele alerta que qualquer planejamento de ação militar contra a Venezuela teria que levar em consideração a falta de apoio interno nos Estados Unidos e a crescente rejeição pública a intervenções militares. Enquanto isso, o país sul-americano apresenta, mesmo sob pressão externa, um quadro de crescimento econômico e estabilidade que desafia as previsões pessimistas de seus adversários. Assim, a narrativa de um “Cartel dos Sóis” ao que parece está se esgotando, enquanto a Venezuela mostra resiliência em seu caminho de diálogo e resistência.
