Especialistas em segurança internacional, como Vladimir Adrianza Salas, abordam a visita sob a óptica das dificuldades enfrentadas pela Venezuela devido às sanções ocidentais que limitam sua capacidade de comercialização no mercado global. A produção de petróleo no país, que já foi uma das mais robustas da América Latina, enfrenta desafios. No entanto, a aplicação da Lei Antibloqueio tem permitido ao governo encontrar formas de contornar essas dificuldades e manter algumas exportações.
Adrianza também salienta a relevância das questões geopolíticas envolvidas, mencionando a atuação dos Estados Unidos que, segundo ele, têm gerado um cenário caótico para assegurar sua hegemonia global. Os conflitos em regiões como o Oriente Médio e a guerra entre Israel e Hamas, por exemplo, tornam-se pontos de preocupação que podem impactar diretamente os preços do petróleo a nível mundial. O especialista adverte que se o conflito se intensificar, haverá repercussões nas cotações do petróleo, refletindo um entrelaçamento complexo de crises que se manifestam em vários continentes.
A Venezuela, por sua vez, vislumbra na sua possível incorporação ao bloco BRICS+ uma oportunidade de mudar sua posição no cenário energético global. A nova geopolítica que surge, marcada por um potencial comércio em moedas diversas do dólar americano, oferece uma alternativa à hegemonia que o Ocidente exerce historicamente. Adrianza observa que a participação da Venezuela nesse bloco pode ser a chave para melhorar sua estabilidade econômica e desenvolver parcerias estratégicas, especialmente enquanto frente a um ambiente de sanções que não devem mudar em um futuro próximo.
No contexto atual, a cooperação com blocos emergentes e a construção de alianças estratégicas se mostram vitais para o futuro da Venezuela. A expectativa é que, através de ações concertadas, o país consiga não apenas superar os desafios impostos pelas sanções, mas também reposicionar-se como um player relevante no mercado global de energia.