Os exercícios mobilizarão forças militares em oito estados venezuelanos, abrangendo desde La Guaira até Zulia, numa operação que envolve importantes regiões costeiras, como Miranda, Anzoátegui, Falcón, Nueva Esparta, Carabobo e Sucre. A supervisão das ações está a cargo do ministro da Defesa e vice-presidente de Defesa e Soberania, Vladimir Padrino López, que, durante a cerimônia de abertura, fez declarações contundentes quanto à presença da CIA na Venezuela.
Padrino López alertou sobre atividades secretas que, segundo ele, são promovidas pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos dentro do território venezuelano. Ele declarou que, apesar da possibilidade de operações americanas, qualquer esforço por parte da CIA destinada à Venezuela seria fadado ao fracasso. Em sua visão, os atuais exercícios militares servem como um contraponto a uma “grande ameaça militar” que se intensificou na região do Caribe, intensificada pela presença militar dos EUA.
Esta escalada foi ainda mais acentuada após o presidente Donald Trump ter autorizado a CIA a realizar operações secretas no país sul-americano, visando fortalecer a pressão sobre o governo Maduro. Fontes reportadas tem noticiado que essas ações podem incluir operações letais, aumentando as inquietações sobre a estabilidade na região.
Além disso, na véspera dos exercícios, Maduro anunciou o posicionamento de mais de cinco mil mísseis de defesa aérea Igla-S — de origem russa — em locais estratégicos, com o objetivo de “proteger a paz e a estabilidade nacional”. Essa declaração reflete uma clara determinação do governo venezuelano de se preparar para eventuais confrontos.
Enquanto isso, a presença militar dos Estados Unidos no Caribe tem aumentado consideravelmente desde agosto, sob a justificativa de combater o tráfico de drogas. Com essa mobilização, navios de guerra e caças F-35 têm sido enviados para a região, resultando em nove ataques contra embarcações suspeitas, a maior parte deles nas proximidades da costa venezuelana.
As tensões diplomáticas entre Venezuela e Estados Unidos, bem como a participação do governo colombiano sob a liderança de Gustavo Petro, evidenciam uma crescente preocupação com a possibilidade de intervenção política por parte dos norte-americanos em governos de esquerda na América Latina. O discurso dos Estados Unidos, que se mantém focado na luta contra o narcotráfico, ainda é cercado de controvérsias, com os grupos ativos na região sendo rotulados como organizações terroristas. Essa dinâmica tensa promete continuar a dominar os debates nas esferas diplomáticas e militares nos próximos meses.
